Antes do início de cada temporada reprodutiva, os ovinocultores devem considerar, além da saúde reprodutiva dos carneiros, as condições de suas ovelhas. Inúmeras alterações de ordem infectocontagiosa podem comprometer o desempenho reprodutivo e devem ser consideradas em cada situação peculiar, como por exemplo, as verminoses gastrointestinais. No que diz respeito a enfermidades endêmicas, as vacinas disponíveis e sua utilização nos momentos recomendados minimizam os problemas decorrentes.

No que diz respeito a práticas de manejo, a idade das ovelhas ao acasalamento é um aspecto importante a ser considerado dentro de um sistema de produção, já que a taxa de cordeiros nascidos e desmamados das borregas sempre é inferior à das demais categorias de idade até 6 anos. A eficiência reprodutiva das borregas está ligada também ao peso corporal com que são acasaladas pela primeira vez.

Sempre que as condições de infraestrutura permitam, o peso corporal deve ser aferido e as borregas de menor peso podem ser descartadas nessa oportunidade, uma vez que são menos adaptadas as condições de criação oferecidas para a raça explorada.A estrutura de idade do rebanho também afeta a eficiência reprodutiva: os grupos de idade extremos (2 anos e >6 anos) apresentam as maiores taxas de mortalidade de cordeiros. A sugestão para uma melhor composição etária dos rebanhos consiste na manutenção das ovelhas até o sexto ano de vida, e, para melhorar a taxa de desmame, as fêmeas mais jovens e mais velhas devem ter prioridade em termos de alimentação e cuidados no periparto. Como procedimento de rotina, todas as ovelhas devem ser avaliadas pela arcada dentária antes do acasalamento, permitindo o descarte das mais velhas com “dente gasto” e daquelas com problemas de dentição que comprometam a apreensão de forragem. Esse procedimento seleciona previamente animais que terão maiores dificuldades para criar seus cordeiros.

As condições nutricionais das ovelhas são fundamentais para a obtenção de altas taxas de sobrevivência de cordeiros nascidos e para seu desenvolvimento até o momento do desmame. Nas raças lanadas é fundamental que essa avaliação seja procedida por palpação em pelo menos dois momentos críticos: antes do acasalamento e ao desmame. Com esses dados o produtor tem condições de organizar a disponibilidade/oferta de forragem para o rebanho.

No que diz respeito aos cuidados com cascos e patas, como recomendação geral as ovelhas devem ser revisadas periodicamente para a execução de medidas profiláticas e/ou curativas, que incluem a manutenção dos cascos sempre cortados com tesoura apropriada. Antes do início do acasalamento, um procedimento recomendável seria o descarte daquelas com alterações graves decorrentes de problemas inflamatórios crônicos, uma vez que são frequentes os surtos de manqueiras no período de cobrição por distintas etiologias.

Antes do acasalamento as ovelhas devem ser investigadas quanto a possíveis alterações no úbere, visando retirar da reprodução aquelas com sequelas de mastite, lesões nos tetos (amputados ou bloqueados) ou com a presença de abscessos.