Ovinos de Corte
Escolha dos Machos
Autores
Carlos José Hoff de Souza - Embrapa Pecuária Sul
José Carlos Ferrugem Moraes - Embrapa Pecuária Sul
Alguns levantamentos mostraram que aproximadamente 20% dos carneiros utilizados em inseminação artificial e monta natural tinham alterações no desenvolvimento e/ou função de seus testículos. O exame andrológico pode contribuir para identificar os carneiros de melhor "fertilidade potencial”, reduzindo desta forma a probabilidade de manutenção no rebanho de animais com alterações de desenvolvimento testicular e contribuindo para um melhor desempenho reprodutivo das filhas de carneiros, selecionados pelo perímetro escrotal e pela significativa correlação genética entre tamanho testicular e taxa de ovulação.
Uma proposta para a condução do exame andrológico em carneiros, deve considerar a idade dos animais e a sua futura finalidade como reprodutores, podendo ser resumida nos seguintes critérios:
O Critério 1 (Carneiros jovens - antes da seleção zootécnica) inclui apenas uma avaliação clínica na genitália externa para a detecção de alterações graves, tais como hérnia escrotal, hipospadia, criptorquidismo e lesões de origem traumática/inflamatória, recomendando para descarte os animais com problemas graves.
O Critério 2 (Avaliação de carneiros para comercialização) inclui a avaliação clínica do sistema genital, a coleta de sêmen, avaliação dos aspectos físicos, espermiograma, exame sorológico para detecção de portadores de epididimite ovina e outros testes complementares. Este protocolo deve ser mais detalhado visando uma melhor qualificação dos animais que serão comercializados.
O Critério 3 (Avaliação de carneiros para uso em monta natural) pretende contribuir da maneira mais econômica ao produtor para a avaliação dos carneiros que não foram adquiridos naquele momento e serão utilizados em monta natural. O esquema proposto tem início com a avaliação clínica de todos os animais e tem continuidade com exames imediatos do sêmen, espermiograma e testes sorológicos, conforme sua condição clínica. Após a avaliação clínica, são estratificados em três grupos com destinos distintos: aptos; em avaliação e descartados.
Já o Critério 4 (Avaliação de carneiros para uso em monta controlada ou inseminação artificial com sêmen fresco) deve incluir além da avaliação clínica, exame de sêmen completo inclusive espermiograma e concentração espermática. Este último aspecto é interessante para recomendar possíveis diluições do sêmen “in natura” em programas de inseminação artificial.