Ovinos de Corte
Preparo de Rufiões para Identificação de Cios
Autores
José Carlos Ferrugem Moraes - Embrapa Pecuária Sul
Carlos José Hoff de Souza - Embrapa Pecuária Sul
Os sistemas de controle dos acasalamentos e a própria inseminação artificial dos ovinos requerem que o produtor disponha de rufiões para uma identificação precisa das ovelhas em cio. No desenvolvimento dos programas de inseminação com sêmen fresco no Brasil, entre 1950 e 1970, foi recomendada a vasectomia de carneiros jovens de descarte para a consecução dessa atividade. Essa prática traz como problemas a necessidade de manutenção de uma categoria especial de animais para um procedimento específico, e, ainda, a possibilidade de transmissão de enfermidades venéreas como é o caso da epididimite ovina.
Como alternativa tem sido proposto o uso de machos castrados ou mesmo de fêmeas androgenizadas para o atendimento da identificação das ovelhas em estro. Diversos estudos indicaram que é possível o desenvolvimento de comportamento sexual masculino ativo em machos castrados e fêmeas após uma semana da primeira injeção de soluções oleosas de testosterona de longa e curta duração. Essa alternativa é viável e simples, porém, muitas vezes, pode ter seu uso limitado pela indisponibilidade no mercado de produtos veterinários de compostos à base de testosterona a preços acessíveis. Para a solução desse problema tem sido recomendado o uso de estradiol para machos com resultados similares em termos de identificação das fêmeas em estro, e com uma relação custo/benefício muito mais favorável para o uso da tecnologia.
As peculiaridades de manejo dos rufiões dependem da alternativa de controle da reprodução que está sendo utilizada. Para a inseminação artificial, os rufiões devem pernoitar junto com o rebanho, sendo apartados no momento da separação das ovelhas marcadas como em cio, nas primeiras horas da manhã. Este procedimento permite que esses animais repousem e se alimentem adequadamente durante o dia. Entretanto, para uso de monta controlada ou apenas identificação de ovelhas não gestantes, os rufiões podem permanecer os períodos recomendados no rebanho.
O cuidado especial deve ser quanto à integridade do giz no colete ou disponibilidade de tinta no peito. O uso do preparo hormonal simplifica o manejo nas propriedades, uma vez que não há necessidade de manutenção dessa classe específica de animais.