Suínos
Alimentação por sexo separado
Autores
Claudio Bellaver
Dirceu Luiz Zanotto
Gustavo Júlio Mello Monteiro de Lima
Jorge Vitor Ludke - Embrapa Suínos e Aves
O fator sexo, pela ação dos hormônios sexuais, tem efeito sobre o potencial de crescimento, o consumo voluntário de alimento, a eficiência alimentar e a qualidade de carcaça em suínos na fase de crescimento-terminação. A capacidade de deposição de tecido muscular pelos suínos, quando sob a influência diferenciadora da atividade hormonal obedece à seguinte ordem decrescente: machos inteiros, leitoas e machos castrados. A um mesmo peso de abate e sob a mesma nutrição as fêmeas apresentam mais proteína, menos gordura e menos matéria seca na carcaça quando comparadas aos machos castrados. Machos inteiros e leitoas depositam menos gordura no regime alimentar à vontade porque tem maior potencial de crescimento muscular e maior gasto energético para mantença quando comparados aos castrados.
Sob o ponto de vista da alimentação, a instalação separada de machos castrados e fêmeas tem vantagens porque os machos castrados ingerem mais alimentos e mais rapidamente do que as leitoas e depositam mais gordura com menor idade, resultando em carcaças com menor porcentagem de carne.
Quando os animais são alimentados com rações contendo o mesmo nível nutricional e abatidos na mesma época, sem estratégia de peso de abate diferenciado, a instalação dos suínos por diferença de sexo proporciona carcaças mais magras porque as fêmeas não sofrerão a competição dos castrados pela ração atingindo peso de abate mais cedo. Desta forma todo lote pode ser abatido com até uma semana de antecipação o que pode representar, principalmente para os castrados, um aumento em até 1 % na porcentagem de carne na carcaça.
Se adicionalmente for adotado o arraçoamento diferenciado, aliado ao peso menor de abate para castrados, o produtor pode garantir um aumento de 1 a 2% na proporção de carne magra na carcaça, na média dos animais terminados. Nesta sistemática, as leitoas são alimentadas à vontade e os castrados com restrição de 5 % aos 65 kg de peso vivo aumentando a restrição em 1% para cada 10 kg de peso vivo até chegar a 10 % na fase final da terminação. Finalmente, ainda existe a opção de fornecer dietas diferenciadas por sexo, aumentando a concentração nutricional na ração das fêmeas.