Ameixa
Bactérias
Autor
Luis Antônio Suita de Castro - Embrapa Clima Temperado
Escaldadura das folhas da ameixeira - Xylella fastidiosa Wells
Dentre as principais doenças causadas por bactérias limitadas ao xilema, destaca-se a escaldadura das folhas da ameixeira. Materiais propagativos infectados se constituem no principal modo de transmissão. Estacas, borbulhas e garfos disseminam a doença a curtas distâncias, enquanto que mudas produzidas de matrizes infectadas disseminam a doença a longas distâncias. É de extrema importância o uso de mudas sadias, provenientes de matrizes indexadas.
O sintoma inicial de enfermidade é uma leve clorose irregular nos bordos das folhas. Posteriormente, a clorose inicial se intensifica, produzindo no final do ciclo vegetativo um dessecamento dos bordos, que penetra de forma irregular no limbo, rodeada por uma clorose fraca, que invade a lâmina foliar. Os sintomas são muito semelhantes aos ocasionados por deficiência de potássio e aparecem em qualquer lugar da copa, com exceção das folhas novas e ramos da última brotação.
Nas plantas muito atacadas ocorre queda antecipada de folhas, o crescimento geral diminui, os ramos superiores se tornam quebradiços e seu ângulo de inserção é mais aberto, os frutos e a produção diminuem; consequentemente, ocorre a morte da planta. Sintomas típicos, normalmente, são visíveis em plantas com três anos ou mais: os primeiros sintomas foliares aparecem nos meses de janeiro e fevereiro. As plantas atacadas há vários anos apresentam seca de ponteiros e pouco enfolhamento, os sintomas aparecem inicialmente nas folhas da base, progredindo para as mais novas, podendo ocorrer ramos ladrões sem sintomas e haver casos de plantas sem sintomas entre plantas doentes.
Entre as medidas de controle deve-se levar em consideração a tolerância e resistência varietal, a erradicação dos focos iniciais, através de inspeções realizadas nos meses de janeiro e fevereiro e, principalmente, a utilização de mudas comprovadamente sadias, que por se constituir no principal modo de disseminação do patógeno, constitui-se também no principal modo de controle. Mudas produzidas de matrizes infectadas disseminam a doença a longas distâncias. Plantas que apresentam sintomas da enfermidade já no primeiro ano de plantio, provavelmente, foram produzidas a partir de matrizes contaminadas.
Bacteriose da ameixeira - Xanthomonas arboricola Pv. pruni ( Smith )
Também conhecida como “mancha bacteriana”, essa doença pode afetar toda a parte aérea da planta, como folhas, ramos e frutos. Sobre as folhas, inicialmente, se desenvolvem pequenas manchas cloróticas (verde pálido) de formato irregular. Com a evolução do sintoma, as manchas adquirem formato angular, circundadas por um halo amarelo e com a porção interna necrótica, podendo destacar-se e adquirir aparência rendilhada.
Pode ocorrer desfolhamento e, consequentemente, enfraquecimento da planta, tornando-a predisposta a injúrias e ataque de outros patógenos. Nos ramos, o sintoma se caracteriza pela formação de cancros (aberturas longitudinais).
As medidas de controle são de caráter preventivo como a eliminação de ramos com cancros e folhas manchadas e pulverizações com calda bordalesa após a poda de inverno. A pulverização deve ser com boa cobertura, isto é, todas as partes da planta devem receber o produto. Na formação de pomares, deve-se escolher o local adequado, utilizar cortina vegetal (quebra vento) e escolher cultivares menos suscetíveis à bacteriose.