Plantas invasoras

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autores

Antônio Roberto Marchese de Medeiros - Consultor autônomo

Luis Antônio Suita de Castro - Embrapa Clima Temperado

 

Controle mecânico e químico de invasoras

Em pomares localizados em áreas com declive acentuado, portanto sujeitos aos processos erosivos, é aconselhável manter-se as entrelinhas relvadas para evitar o arraste de solo durante os períodos chuvosos. A vegetação nas entrelinhas deverá ser de porte baixo ou mantida roçada durante a fase vegetativa da ameixeira. A utilização de enxada rotativa também deve ser evitada, principalmente em solos com textura fina. Nestas condições, este implemento desestrutura o solo, pulverizando-o. Após a chuva, forma-se uma crosta na superfície do terreno, diminuindo a permeabilidade à água e ao ar, comprometendo o bom desenvolvimento da ameixeira e facilitando os processos erosivos.

Quando as entrelinhas são mantidas relvadas, a passagem das máquinas para a execução dos tratamentos fitossanitários e demais tratos culturais motomecanizados, é facilitada. Nas linhas de plantas deve-se proceder ao revolvimento de uma fina camada na superfície do solo. Esta prática, sempre que possível, deve suceder à adubação nitrogenada, promovendo a incorporação do adubo, evitando perdas por evaporação e aumentando a eficiência do fertilizante, principalmente se for usada ureia como fonte de nitrogênio. Convém salientar que o cultivo do solo não elimina a necessidade de adubação nitrogenada.A eliminação das espécies invasoras deve se restringir à área explorada pelo sistema radicular das frutíferas. Em muitos casos, dependendo das espécies invasoras, do regime de chuvas e da disponibilidade de mão de obra, a capina manual torna-se impraticável ou ineficiente. Uma capina eficiente seguida da aplicação de um herbicida pré-emergente, permite, em certas situações, que a área tratada fique livre das plantas invasoras por um período superior a cinco meses.Podem também ser utilizados herbicidas com ação pós-emergente. Neste caso, entretanto, as invasoras devem ter altura máxima de 25 cm. Geralmente, herbicidas pós-emergentes não têm ação sobre as sementes e são inativados pelos coloides do solo.



Controle biológico de invasoras

O cultivo de leguminosas de inverno nas linhas de plantas dos pomares de ameixeira é uma prática que vem sendo adotada, por muitos fruticultores, nas últimas décadas. A ervilhaca (Vicia sp.) pode ser cultivada sob a copa das ameixeiras durante a fase de repouso hibernal da frutífera. Dependendo das condições locais e da cultivar de ameixeira poderá haver competição entre a leguminosa e a frutífera na fase final de formação do fruto, com interferência negativa sobre a produção. Quando isto ocorre, faz-se necessária a adoção de alguma prática de cultivo (capina, ceifa ou herbicida) para que seja interrompido o ciclo vegetativo da leguminosa.
Nas entrelinhas, o cultivo pode ser iniciado no outono. Deve-se evitar o cultivo com arado, particularmente de discos, devido aos danos causados no sistema radicular das plantas, o que reduz a produtividade e a longevidade do pomar.