Batata
Clima
Autores
Carlos Alberto Lopes - Embrapa Hortaliças
Giovani Olegário da Silva - Embrapa Hortaliças
Temperatura
A batata é uma espécie adaptada a climas amenos, com temperaturas noturnas baixas que favorecem a tuberização, garantindo boa produtividade aliada à qualidade de tubérculos. Embora a faixa ótima de temperatura para o cultivo de batata seja melhor de 18 a 22ºC, em ambientes com maior intensidade luminosa, essas temperaturas podem ser mais elevadas.
A temperatura acima da faixa ideal afeta diretamente o metabolismo das plantas e interage com outros fatores ambientais, tendo, assim, efeito significativo no seu desenvolvimento. Temperaturas altas não só reduzem a síntese de fotoassimilados essenciais ao desenvolvimento da planta como também sua partição aos tubérculos, como consequência ocorre queda de rendimento e redução da matéria seca dos tubérculos.
Em regiões tropicais, sob altas temperaturas em pós-emergência inicial, as folhas são menores e mais numerosas, com formação de área foliar mais rápida do que em regiões mais frias. Entretanto, a longevidade das folhas é menor, as hastes são mais reduzidas e com formação de folhagem abaixo do suficiente para aproveitar a energia luminosa disponível para a produção de matéria seca. O crescimento das raízes é também mais reduzido, o que é uma desvantagem pela necessidade de absorção de água e nutrientes.
Além de provocar redução de produtividade, altas temperaturas ainda afetam negativamente a aparência do tubérculo devido à ocorrência de doenças e distúrbios fisiológicos tais como lenticeloses, rachaduras, embonecamento e manchas internas, acompanhados ou não de crescimento exuberante da parte aérea e senescência precoce das folhas, com redução no crescimento de tubérculos pelo encurtamento do período de acúmulo de reserva.
Também são esperados maiores problemas com pragas e doenças devido ao aumento no período do ano com temperaturas altas, permitindo maior quantidade de ciclos de multiplicação.
Fotoperíodo
Altera consideravelmente o comportamento das cultivares comerciais de batata. Em fotoperíodos curtos, as plantas apresentam, geralmente, tuberização mais precoce, estolões curtos, hastes menores e produção antecipada. Ao contrário, em fotoperíodos longos as plantas iniciam a tuberização mais tarde, os estolões são mais compridos, a folhagem é mais abundante, com maior número de hastes laterais, maior florescimento, maior ciclo e produção mais tardia.
Algumas cultivares não tuberizam em dias muito longos. Na realidade, cada cultivar tem o seu próprio fotoperíodo crítico. A produção diária é maior em fotoperíodos longos do que em curtos, pela maior quantidade de energia interceptada.