Doenças em viveiro

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autor

José Emilson Cardoso - Consultor autônomo

 

Podridão-radicular e podridão-do-colo (Pythium splendens Braun)


A podridão das raízes e do colo, causada pelo fungo Pythium splendens, é uma das doenças mais comuns em viveiro. Ocorre tanto em mudas ou porta-enxertos de pé-franco como em mudas enxertadas. A doença provoca a morte da muda, devendo as perdas serem contabilizadas pela quantidade de mudas destruídas. A média de perdas decorrentes desta doença raramente chega a 1% nos viveiros bem conduzidos. Este fungo pode infectar as raízes de plantas jovens.

O primeiro sintoma é um discreto amarelecimento das folhas, seguido de murcha e morte da plântula, como consequência da podridão da raiz. A podridão pode estender-se até a base do coleto, tornando-se visível acima da linha do solo.

O fungo é disseminado pelo substrato utilizado na produção das mudas, pois ele sobrevive no solo, mesmo sem a presença da planta. A água é responsável pelo crescimento do fungo e pela contaminação das raízes da plântula. A temperatura, apesar de ser elevada, não constitui fator limitante de ambiente. Plântulas tornam-se resistentes a partir de 60 dias, quando se tornam impenetráveis ao fungo.

As medidas de controle da podridão-radicular incluem somente práticas de manejo do viveiro, tais como: drenar os sacos, evitar uso excessivo de regas, esterilizar ou selecionar substrato livre de propágulos e eliminar as mudas doentes.

 

Requeima (Phytophthora heveae Thompson e P. nicotiana Breda de Haan


A requeima das plântulas de cajueiro foi detectada recentemente em viveiros, no litoral cearense. Trata-se de uma doença extremamente destrutiva e, por conseguinte, constitui uma grande ameaça para os viveiristas.

Duas espécies do fungo Phytophthora causam a requeima em mudas de cajueiro. P. heveae e P. nicotiana foram confirmadas como agentes causadores da doença. Estudos têm indicado que estes fungos podem infectar várias espécies de plantas.

A ocorrência da requeima somente foi observada em viveiros, surgindo como lesões de cor parda nas folhas jovens das plântulas, e pode estender-se rapidamente até o broto terminal, causando o colapso total da muda, seja ela de pé franco seja enxertada.

Tem-se observado que sua ocorrência no estado do Ceará é restrita aos meses de janeiro e fevereiro, sendo mais severa quando ocorre após vários dias de intensa nebulosidade e tempo chuvoso. A partir de fevereiro, as condições são totalmente desfavoráveis à ocorrência da requeima.

As medidas de controle devem ser as mesmas listadas para a podridão-das-raízes e podridão-do-colo. Resultados experimentais revelaram que o corte dos tecidos atacados, seguido de pulverização com fungicida à base de metalaxyl, recuperou cerca de 80% das mudas de um viveiro severamente afetado.