Açúcar

Conteúdo atualizado em: 23/02/2022

Autor

Carlos Eduardo Freitas Vian - Consultor autônomo

 

A cultura da cana espalha-se pelo Centro-Sul e pelo Norte-Nordeste do Brasil, em dois períodos de safra, ocupando 2,4% da área agricultável do País. A região Centro-Sul - compreendida pelos Estados de São Paulo, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo - representa cerca de 85% da produção brasileira de cana. Já, os Estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Sergipe, Rio Grande do Norte e Bahia representam os 15% restantes da produção.

O cultivo de cana no Brasil supera 470 milhões de toneladas, volume processado em 357 usinas - das quais 264 estão localizadas no Centro-Sul - o que faz do País o maior produtor mundial. Uma tonelada de cana rende, em média, 118 quilos de açúcar e dez litros de álcool, produzido a partir do mel residual.

O açúcar brasileiro é um dos mais competitivos do mundo em relação ao custo de produção. O produto é produzido no País a um valor quatro vezes menor que o custo médio mundial de produção de açúcar de beterraba. O comércio exportador do produto no Brasil deixou de ser regulamentado pelo governo, embora o mercado de açúcar seja um dos mais regulamentados em nível mundial, sendo que há tendência de maior liberalização em futuras negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). 

Mercado brasileiro de açúcar

No Brasil, a produção de açúcar tem crescido bastante. Entre as safras 1993/1994 e 2003/2004 houve crescimento de aproximadamente 130%. Com isso, as exportações promovidas pela região Centro-Sul têm aumentado significativamente. Na safra 2007/2008, a região respondeu por 85% da produção de açúcar, enquanto a região Norte-Nordeste representou 15%.

Demanda doméstica por açúcar

O consumo de açúcar no Brasil cresceu expressivamente nos últimos 60 anos (Figura 1), impulsionado, sobretudo, por alterações no padrão de consumo e no crescimento vegetativo da população. Na década de 1930, o consumo médio anual de açúcar era de 15 quilos por habitante. Já nos anos 1940, esse número aumentou para 22. Na década de 1950, o consumo passou a ser de 30 quilos por pessoa, passando para 32 nos anos 1960. Em 1970, a média era de 40 quilos e, em 1990, esse índice estabilizou-se em 50 quilos por habitante.

Figura 1. Consumo brasileiro de açúcar - safras de 1929/30 a 2008/09.
Fonte: Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2007).


Devido a esse aumento, o Brasil tornou-se um dos maiores consumidores mundiais do produto per capita. Cada brasileiro consome entre 51 e 55 quilos de açúcar por ano, enquanto a média mundial por habitante corresponde a 21 quilos por ano. Apesar do alto consumo per capita, o mercado brasileiro de açúcar ainda pode se expandir com o aumento do consumo pelo processo de industrialização de produtos alimentícios, que, comparado ao de outros países, ainda é relativamente baixo. Na década de 2000, o Brasil exportou, em média, 30% da produção, destinou 42% ao consumidor final interno e 28%, ao segmento industrial.


Fonte consultada:

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Balanço nacional da cana-de-açúcar e agroenergia. Brasília, DF, 2007. 140 p.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Anuário estatístico da Agroenergia. 2009. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br>. Acesso em 5 Set. de 2009.