Castanha do Brasil
Características da espécie e relações com o ambiente
Autores
Lucia Helena de Oliveira Wadt - Embrapa Rondônia
Joana Maria Leite de Souza - Embrapa Acre
A castanheira pode ser considerada uma espécie de uso múltiplo, pois quase todas suas partes podem ser utilizadas para algum fim. A madeira é dura, resistente e muito bonita; do fruto chamado popularmente de ouriço se faz carvão de elevado poder calorífico e da amêndoa se extrai óleo de excelente qualidade, tanto para alimentação como para fabricação de cosméticos. Com o nome científico Bertholletia excelsa, trata-se de uma Angiosperma da classe Dicotiledônea, ordem Myrtiflorae, família Lecythidaceae. A castanheira foi descrita por Bonpland, no ano de 1807, a partir de um exemplar cultivado no sul da Venezuela, e até 1825 foi considerada uma espécie da família Myrtaceae, quando as Lecythidaceae passaram a constituir uma família à parte (MORI & PRANCE, 1990). Até recentemente, considerava-se Humbolt como codescritor da espécie pelo fato do livro de viagens de Bonpland ter sido editado juntamente com Humbolt, mas na realidade Bertholletia excelsa tem apenas um descritor que foi Bonpland (MORI, 2008).
Relações com o ambiente
A castanheira geralmente cresce em áreas de terra firme, e embora muitas publicações citem que ela prefere solos argilo-arenosos, resultados preliminares do projeto Kamukaia (Embrapa) indicam que os castanhais estão em áreas de solo arenoso. Em relação à temperatura, a literatura cita que a ocorrência da castanheira está associada com temperaturas médias que variam de 24,3ºC a 27,2ºC, com máximas variando entre 30,6ºC e 32,6ºC e as mínimas de 19,2ºC a 23,4ºC.
Nas regiões onde a produção é mais abundante, a umidade relativa varia entre 79% e 86%, e a precipitação total entre 1400mm e 2800mm.