Socioeconomia

Conteúdo atualizado em: 14/04/2025

Autor

Alcido Elenor Wander - Embrapa Arroz e Feijão

Osmira Fatima da Silva - Embrapa Arroz e Feijão

 

Importância socioeconômica

Historicamente, o feijão já foi cultivado no Brasil por muitos pequenos produtores, com baixo uso de insumos externos, e voltado sobretudo para a subsistência das famílias. Essa tradição, no entanto, foi dando lugar a cultivos mais tecnificados e em maior escala, utilizando controle fitossanitário e colheita mecanizada, às vezes, irrigados, os quais, com maior aporte de insumos no processo produtivo, alcançam produtividades superiores a 3.000 kg/ha.

O cultivo dessa leguminosa é difundido em diferentes regiões do País, com perfis de produtores diversos e com níveis de acesso à informação bastante heterogêneos, dificultando a organização da cadeia produtiva.

No período de 1974 a 2023, a área de plantio de feijões no Brasil sofreu uma redução de 4.288.555 ha para 2.425.222 ha (-43%); a produção, contudo, aumentou de 2.238.012 t para 2.899.043 t (+30%), graças ao incremento na produtividade média de 522 kg/ha para 1.176 kg/ha (+125%). Este volume de produção é próximo do consumo interno de feijões. O Brasil exporta aproximadamente 100 mil toneladas, porém importa quantidades de outros tipos de feijões de mesmo volume. Em anos recentes, as importações têm diminuído e as exportações apresentado ligeiros aumentos.

Em 2023, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), https://www.fao.org/faostat/en/#home, foram produzidas mundialmente um total de 28.505.529,5 toneladas de feijões secos. Mesmo com esse pequeno volume de produção mundial de feijão, 17,4% são produzidos para exportação. Em 2023, seis países foram responsáveis por 58,1% dessa exportação: Myanmar, 26,9%; Estados Unidos, 10,8%; Argentina, 9,0%; Canadá, 6,1%; China, 3,7% e Brasil, 1,7%.

O sistema de comercialização é o mais variado possível, com predomínio de um pequeno grupo de atacadistas que concentra a distribuição dos grãos, ocasionando, muitas vezes, especulações quando ocorrem problemas na produção. Com a informatização, os produtores têm maior facilidade de acesso às informações de mercado, criando melhores possibilidades de comercialização do produto e, consequentemente, gerando maior renda.

Dependendo da região, o plantio de feijão no Brasil é feito ao longo do ano, em três épocas, de tal forma que, em qualquer mês, sempre haverá produção em algum ponto do País, o que contribui para o abastecimento interno e reduz a oscilação dos preços.