Manejo do solo e adubação

Conteúdo atualizado em: 17/02/2022

Autores

Alderi Emídio de Araújo - Embrapa Algodão

José Janduí Soares - Embrapa Algodão

Nair Helena Castro Arriel - Embrapa Algodão

Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão - In memoriam

Paulo de Tarso Firmino - Embrapa Algodão

 

Manejo do Solo

O sucesso no estabelecimento do sistema de cultivo do gergelim requer um cuidadoso preparo do solo, em virtude do pequeno tamanho de suas sementes e do lento crescimento das plântulas nas primeiras semanas. Assim, a área de plantio deve estar bem preparada, para facilitar a emergência das plântulas, promover o seu estabelecimento o mais rápido possível e evitar a competição com as plantas daninhas, as quais prejudicam o desenvolvimento e o crescimento da cultura.

Para o preparo do solo em áreas já cultivadas, não se recomenda o uso de grade aradora, pois, com o uso contínuo desse equipamento, o solo fica sujeito ao processo de degradação.

Inicialmente, faz-se a trituração e a pré-incorporação dos restos de culturas anteriores e de plantas daninhas, com grade leve ou niveladora. De 7 a 15 dias após a incorporação, faz-se uma aração profunda, dependendo do tipo e da profundidade do solo, com o arado de aiveca; depois disso, gradeia-se com grade simples.

Para solos rasos e pedregosos, deve-se usar arado de disco superficialmente, no máximo, a 10 cm de profundidade, ou usar somente uma grade de disco simples. Se o solo for profundo e sem pedras, deve-se usar o arado de aiveca, efetuando-se, antes disso, a pré-incorporação dos resíduos e, depois disso, o uso de grade de disco simples.

Deve-se respeitar a declividade natural do terreno, e as operações de preparo do solo devem ser realizadas em um sentido perpendicular ao da declividade natural, evitando-se o sentido morro abaixo, por deixar sulcos no terreno que facilitam o processo de erosão. Todas as operações devem ser realizadas de forma a seguir curvas de níveis previamente alocadas sobre o terreno. Em solos propensos à erosão, como é o caso de solos de cerrado, além das curvas de níveis, devem ser feitos terraços em desnível, respeitando os parâmetros estabelecidos por um técnico competente.

 

Foto: Nair Helena de C. Arriel  Figura 1. Preparo do solo.

 

           

Foto: Nair Helena de C. Arriel  Figura 2. Preparo do solo com tração animal.

 

Adubação

Deve ser feita de acordo com a análise laboratorial. Para isso, antes do plantio, deve-se retirar amostras do solo, na profundidade de 0-20 cm, e enviá-las para a análise química em laboratório. Em caso de a análise revelar acidez, a acidez deverá ser corrigida, pois essa cultura não tolera solos ácidos. Se a análise do solo evidenciar um teor de fósforo “disponível”, acima de 10 ppm, não se recomenda o uso de adubação fosfatada (superfosfato simples e superfosfato triplo). Se o teor de matéria orgânica for superior a 2,6%, não é necessária a aplicação de fertilizantes nitrogenados (ureia e sulfato de amônia). Em relação ao potássio, a maioria do solos nordestinos apresenta teores médios desse macronutriente, dispensando a sua utilização.

No Nordeste do Brasil, em solos bruno-não-cálcico (neossolo quarzolito), caracterizados por serem solos rasos e pedregosos, e com baixo teor de fósforo e matéria orgânica, recomenda-se a fórmula 30-30-0 kg/ha (30 kg de nitrogênio, 30 kg de fósforo e 0 kg de potássio por hectare), em três etapas, sendo o P (fósforo) aplicado em fundação e o N (nitrogênio) dividido em duas aplicações de 15 kg cada uma: a primeira, 12 dias após o plantio (8 dias após a germinação) e a segunda, 20 dias depois da primeira, após o desbaste definitivo.

Uma forma eficiente e relativamente barata de se melhorar a qualidade do solo, em especial o teor de matéria orgânica, é fazer uso de adubação verde e da adição de adubos orgânicos. Além dos estercos, vários produtos podem ser utilizados como adubo orgânico: camas de galinha, palha, restos vegetais, composto e torta resultante da prensagem de sementes de oleaginosas.