Cultivares

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

João Gomes da Costa - Embrapa Alimentos e Territórios

Carlos Antônio Fernandes Santos - Embrapa Semiárido

 

A escolha da cultivar de manga a ser plantada deve estar relacionada com as preferências do mercado consumidor, o potencial produtivo para uma dada região, as limitações fitossanitárias e de pós-colheita e, principalmente, a tendência em médio prazo do tipo de fruto a ser comercializado. Sendo a mangueira uma planta com longo período juvenil, a escolha da cultivar errada poderá significar enormes prejuízos em curto prazo.

As cultivares mais indicadas são as que apresentam alta produtividade; coloração atraente do fruto, preferencialmente avermelhada; polpa doce, com teor de sólidos solúveis superior a 17ºBrix; pouca ou nenhuma fibra; e resistência ao manuseio e ao transporte para mercados distantes. Outras qualidades também desejáveis são porte reduzido da copa, regularidade de produção e a resistência a doenças como malformação floral, antracnose e lasiodiplodia, além da baixa incidência de colapso interno da polpa. Esse ideótipo de mangueira, como os melhoristas costumam referir-se ao tipo ideal e desejado de uma cultivar, com certeza não está ainda disponível. Compete ao mangicultor procurar a cultivar que associe o maior número de características desejadas ou que, pelo menos, atenda ao maior número de características desejadas pelo mercado consumidor.

Atualmente, a Tommy Atkins é a cultivar mais produzida e a que possui a maior participação no volume comercializado no mundo, devido principalmente a sua coloração intensa, produções elevadas e resistência ao transporte a longas distâncias. No Brasil, principalmente, na região do Vale do São Francisco, os plantios comerciais incorrem em sérios riscos biológicos (pragas e doenças) e econômicos devido à concentração da maior parte da produção basear-se em apenas um cultivar. Desta forma, a diversificação de cultivares comerciais é de fundamental importância para proporcionar maior sustentabilidade ao agronegócio da manga na região.

Com relação ao porta-enxerto, as características principais desejáveis em uma cultivar para ser usada como tal, são: vigor; elevada produção; adaptação à região onde se pretende implantar o pomar; poliembrionia; tolerância ou resistência às principais doenças e sistema radicular bem desenvolvido. A escolha do porta-enxerto varia de uma região para outra, em função da disponibilidade de sementes, e boa compatibilidade com as variedades comerciais. Assim, a cultivar mais utilizada como porta-enxerto na região do Submédio São Francisco é a ‘Espada’.

A seguir são apresentadas e descritas as principais cultivares de mangas para as condições do Vale do São Francisco com grande potencial para o mercado interno e/ou externo.