Características da Planta

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Francisco Pinheiro Lima Neto - Embrapa Semiárido

 

A mangueira é uma árvore frondosa de porte médio a alto, podendo atingir até 30 metros. Apresenta copa arredondada e simétrica, variando de baixa e densa a ereta e aberta e adquirindo eventualmente forma piramidal. Nos plantios modernos, o porte e formato da planta fica determinado pela densidade de plantio e tratos culturais, principalmente pelo sistema de poda utilizado. A folhagem é sempre verde.

 

Foto: Francisco Pinheiro Lima Neto.

Figura 1. Mangueira adulta em fase de floração. 

 

O sistema radicular da mangueira é caracterizado pela presença de uma raiz pivotante, que pode se aprofundar bastante no solo, proporcionando uma boa sustentação à planta e possibilitando a sobrevivência em períodos prolongados de estiagem. Tanto a raiz pivotante como as outras raízes verticais da mangueira apresentam inúmeras ramificações, chamadas de radicelas, que são as principais responsáveis pela absorção da solução do solo e, conseqüentemente, pela nutrição da planta. Nos plantios nas regiões áridas e semi-áridos com irrigação localizada, o tamanho e forma do sistema radicular segue a distribuição de água no solo.

As folhas são predominantemente lanceoladas, apresentam textura coriácea e medem normalmente de 15 a 40 centímetros de comprimento e de 1,5 a 4,0 centímetros de largura. A cor da folha da mangueira, quando jovem, varia da tonalidade verde clara a levemente amarronzada ou arroxeada, mas, quando madura, adquire coloração verde escura. A face superior é plana e o pecíolo é curto, medindo normalmente de 2,5 a 10,0 centímetros.

A inflorescência da mangueira possui tanto flores masculinas como flores hermafroditas. Geralmente, a inflorescência da mangueira é terminal, mas, às vezes, pode ser lateral. Além disso, é ramificada e piramidal, apresentando um número extremamente variável de flores, desde centenas até milhares. As flores são muito pequenas, medindo normalmente cerca de 6 milímetros, e pentâmeras. O ovário é súpero e unilocular e o estigma é rudimentar.

 

Foto: Francisco Pinheiro Lima Neto.

Figura 2. Inflorescência da mangueira. 

 

O fruto da mangueira é uma drupa, cujo formato varia de arredondado a alongado, e pode pesar de poucas gramas até 2 quilogramas, a depender da variedade. A casca pode apresentar coloração verde, amarela ou vermelha. A polpa é geralmente amarelada, apresentando uma ampla gama de sabores e uma quantidade também muito variável de fibras. No interior da polpa, encontra-se o caroço - a semente -, cuja forma e cujo tamanho variam de acordo com a variedade.

O crescimento vegetativo da mangueira é essencial para propiciar uma produtividade elevada. O período juvenil é de aproximadamente 3,5 anos. O florescimento da mangueira é dependente de uma combinação de fatores climáticos, normalmente favorecido por uma associação entre uma diminuição na temperatura e um estresse hídrico. Algumas práticas culturais, como a aplicação de determinados fitorreguladores, também induzem a mangueira ao florescimento e são comumente empregadas nos pomares da cultura.

A polinização é feita geralmente por insetos, tais como moscas e abelhas. No entanto, embora a inflorescência da mangueira abrigue de centenas a milhares de flores, o processo da fecundação não é tão eficiente, sendo diretamente afetado pelas condições climáticas, principalmente pela pluviosidade, temperatura e umidade relativa do ar. A quantidade de frutos que vingam e amadurecem é muita pequena em relação à quantidade de flores produzidas. O período de queda dos frutos começa na primeira semana após a fecundação.

 

Foto: Francisco Pinheiro Lima Neto.

Figura 3. Mangueira em fase de produção. 

 

O período entre o florescimento e o amadurecimento do fruto é de aproximadamente 100 a 150 dias, variando, portanto, de acordo com as condições climáticas e, sobretudo, com a variedade.