Tratos culturais

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autor

Luiz Eduardo Correa Antunes - Consultor autônomo

 

Entre as práticas culturais usuais, destacam-se a cobertura do solo, colocação e manejo do túnel plástico, retirada de restos culturais e limpeza da lavoura, as quais passam a ser comentadas a seguir.

A cobertura do solo é executada visando, principalmente, evitar o contato do fruto com o solo, de modo a colher um fruto livre de impurezas, que depreciam a qualidade e podem reduzir o período de conservação pós-colheita. Essa prática também influencia na manutenção da temperatura do solo, atuando como termorregulador.

A cobertura evita a compactação do solo que ocorre pela ação das gotas d'água de irrigação (quando é usado um sistema por aspersão) ou da chuva. A cobertura do solo tem ainda ação sobre as plantas daninhas, dispensando as capinas manuais, que causam danos às raízes superficiais do morangueiro, as quais são responsáveis pela absorção de água e nutrientes.

O material mais utilizado na cobertura do solo é o plástico preto com espessura de 30 micras. Este tipo de cobertura apresenta algumas vantagens sobre as demais:

- Cria um ambiente com baixa umidade relativa, diminuindo a incidência de fungos, especialmente aqueles que ocasionam podridões de frutos.
- O índice de descarte de frutos é menor do que nas demais coberturas.
- Estimula a produção precoce de frutos.
- A mão de obra de transporte e colocação é menor do que para outras opções de cobertura.

As desvantagens do uso do plástico são:

- Maior custo.
- Estimula o desenvolvimento de ácaros, devido à formação de microclima seco.
- Reutilização, descarte e reciclagem.
 
Implantação

O produtor deve levar em conta os seguintes aspectos: tipo de mercado a que se destina a produção; sistema de produção a ser adotado: altamente tecnificado (requerendo altos investimentos), com média tecnologia, ou de baixo nível tecnológico; produção em sistema ecológico, orgânico ou integrado (PIMo). A escolha do sistema é fundamental para uma definição dos caminhos a seguir.


Manejo da planta

O plantio realizado de março a julho na região Sul, pode ser feito em canteiros com 15 a 20 cm de altura e 0,80 a 1,20 m de largura, num espaçamento entre plantas de 30 x 30 cm, preferencialmente no final da tarde para facilitar o pegamento. A cova de plantio da muda deverá ser de tamanho suficiente para conter o sistema radicular bem espalhado ao redor da planta.

Coloca-se as mudas no solo com as mãos, apertando de leve, evitando enterrar a muda, deve-se deixar a coroa na superfície, pois é dela que se forma tanto a parte radicular quanto a aérea. Se o plantio for muito fundo, haverá dificuldade de emissão de novas folhas e de estolões. Após o plantio, regar bem, para que a terra fique bem aderida junto da muda, eliminando bolsões de ar. Após a rega, aguardar a percolação da água, preenchendo os desníveis com mais terra, se necessário.


Práticas

Para condução de uma lavoura de morangos, há necessidade do acompanhamento sistemático de um técnico. O processo de monitoramento e registro em cadernos de campo, de todas as operações na lavoura, é fundamental para ajustes e correções do manejo e realização de boas práticas agrícolas. Estes princípios norteiam a Produção Integrada de morangos (PIMo), cuja Norma Técnica Específica (NTE), de número 14, foi publicado no Diário Oficial da União em 03 de abril de 2008.


Manejo do solo

O morangueiro é uma cultura especialmente  exigente em condições físicas e nutricionais do solo. Produz melhor em solos areno-argilosos, bem drenados, ricos em matéria orgânica e de boa constituição física. A faixa de pH preferido fica entre 5,5 e 6,0.  Em solos mais ácidos é recomendável uma calagem.