Transporte

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autor

Rufino Fernando Flores Cantillano - Embrapa Clima Temperado

 

Transporte do pêssego até o galpão de classificação

No transporte dos frutos do pomar até o galpão de classificação ou packing- house, recomenda-se o uso de carretas acopladas a tratores, com rodado baixo do tipo balancinho duplo, para reduzir o impacto de baques e facilitar o carregamento. As caixas ou bins com frutas devem ser colocadas com muito cuidado no carroção que transportará a carga.

Deve-se orientar o motorista para que transite em baixa velocidade, evitando as estradas em mau estado de conservação que poderão causar injurias mecânicas na fruta. Recomenda-se fazer manutenção das estradas do pomar antes de iniciar a colheita e quando adquirir equipamento novo, verificar a possibilidade de substituir a suspensão de mola por suspensão a ar.

Se o produtor não tiver galpão de classificação e necessitar levar o produto à indústria, as caixas devem ser colocadas no caminhão de transporte de forma suave. A carga deve ser coberta com lona (de preferência térmica), de cor clara para evitar a elevação da temperatura e a desidratação (murchamento) do fruto causado pela perda de água. No local de destino, os caminhões serão colocados na sombra e as caixas ou bins descarregados com muito cuidado.


Transporte do pêssego até o mercado

O transporte de pêssegos pode ser realizado por via terrestre, aérea e marítima, ou combinações entre estas, em função da distância do mercado e preços.
Existem requerimentos comuns e limitações, por isso, é fundamental conhecer os fundamentos técnicos para aperfeiçoar o manejo da fruta.

O transporte refrigerado tem como objetivo prolongar a vida útil do fruto em trânsito, para reduzir o metabolismo e retardar a deterioração, mediante o uso da baixa temperatura. O sistema de refrigeração do veículo deve ser capaz de remover o calor residual do interior do veículo de transporte, calor exterior (chão, teto e portas), infiltração de calor exterior (deficiente vedação de portas), excesso de calor do produto no momento de ser transportado e o calor de respiração do produto.

A circulação uniforme do ar entre as caixas de frutas é importante para assegurar a uniformidade da temperatura. No método convencional de circulação do ar, este é liberado pela parte superior (usado principalmente em caminhões), enquanto a liberação de ar pelo chão é utilizada em contenedores ou no porão de navios.

A composição da atmosfera no transporte, (oxigênio, dióxido de carbono e etileno) é outro fator importante, pois ela se altera com a respiração do fruto  durante o transporte, especialmente quando é de longa duração (marítimo). Os navios modernos têm sistemas eficientes de renovação de ar para evitar esse problema.

A maior parte do pêssego no Brasil é transportado por via terrestre, em muitos casos sem refrigeração, mas o transporte refrigerado ou em caminhões com lona térmica está sendo usado por produtores que visam comercializar frutos de melhor qualidade no mercado.

O transporte marítimo é indicado para o transporte do fruto aos mercados distantes. Podem ser usados navios de linhas comerciais, que levam um itinerário pré-estabelecido por vários portos ou navios tipo “charter” (alugados) que levam a fruta diretamente até o porto de destino. A carga paletizada  pode ir diretamente no porão do navio ou em contenedores, de modo geral, com 40 pés de capacidade. Não há experiência deste tipo de transporte para pêssegos/nectarinas no Brasil.

O transporte aéreo é utilizado para o transporte de longas distancias de produtos de alto valor.  O produto pode ir paletizado no compartimento de carga da aeronave ou em contenedores. O alto custo, problemas logísticos e técnicos são algumas das dificuldades deste sistema de transporte no Brasil.