Importância ambiental

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autores

Álvaro Figueredo dos Santos - Consultor autônomo

Edinelson José Maciel Neves - Consultor autônomo

Cirino Corrêa Júnior - Consultor autônomo

Antonio Nascim Kalil Filho - Embrapa Florestas

 

Inicialmente, o palmito brasileiro era fruto da exploração extrativista da juçara (E. edulis Mart.) mas, a partir do anos 1970, as reservas desta espécie no sul e sudeste do Brasil começaram a se esgotar. Este tipo de exploração levou o IBAMA a colocar a juçara na lista das espécies ameaçadas de extinção, pois a mesma não perfilha, ou seja, não dá novos frutos e, consequentemente, não possibilita a regeneração das populações nativas.

Além desta implicação relativa à preservação das espécies, é importante ressaltar que, comparativamente a todas as outras espécies produtoras de palmito conhecidas, sejam nativas ou exóticas, não há nenhuma espécie como a pupunheira, que alie a capacidade de perfilhamento (perfilhos em cortes sucessivos) à precocidade, de tal maneira que permita sua exploração continuada por até 15 anos consecutivos (como ocorre na Costa Rica), sob boas condições de manejo, sem necessidade de quaisquer replantios.

Por estas características, a pupunha pode ser cultivada e explorado seu palmito sob condições ambientalmente sustentáveis e, em alguns casos, mesmo em áreas declivosas marginais, com rentabilidades economicamente aceitáveis e, por isto, sua demanda por parte de produtores de diversas regiões do Brasil tem sido crescente. A cultura da pupunha, além do potencial produtivo e excelente opção de renda para o agricultor, pode também ter uma função ecológica importante, pois atende a uma  demanda crescente de palmito, aliviando a pressão sobre o extrativismo que tem sido observado na exploração do palmito oriundo do Euterpe.