Antracnose

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autores

Álvaro Figueredo dos Santos - Consultor autônomo

João Batista Vida - Consultor autônomo

Dauri José Tessmann - Consultor autônomo

 

A antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum gloesporioides, é a principal doença da pupunheira, causando danos principalmente em mudas. A antracnose afeta as folhas das mudas, caracterizando-se por manchas arredondadas e deprimidas, de coloração marrom, com anéis concêntricos onde aparecem as estruturas do fungo de cor escura.

Como o patógeno sobrevive em restos culturais, recomenda-se, para os viveiros, o monitoramento da doença e a remoção e queima das folhas doentes.

A estratégia de controle da antracnose deve ser adotada especialmente para a fase de muda:

  • Por ser uma doença que é favorecida pelo estresse das plantas, deve-se ter cuidados com o uso de uma adubação equilibrada. O excesso de nitrogênio deixa as plantas enfraquecidas e favorece o ataque de Colletotrichum;

  • Em locais sujeitos a ventos, deve-se colocar quebra-ventos, pois o vento “rasga” as folhas e facilita a infecção por Colletotrichum;

  • Uso adequado do fornecimento de água, não deixando o ambiente interno do viveiro com excesso de umidade;

  • Evitar que acumule água no interior do viveiro. Usar piso com boa drenagem.

 Quando as plantas encontram-se doentes, devem ser usadas práticas que reduzam a incidência e a severidade da doença, tais como:

  • As mudas devem ser separadas e agrupadas em lotes pelas condições fitossanitárias, para evitar a possível transmissão de doença de uma planta doente para uma planta sadia;
  • Não se deve deixar mudas doentes no viveiro, para não se tornarem fonte de inóculo, que irão infectar mudas sadias;
  • As mudas mortas, assim como folhas mortas, devem ser removidas e queimadas. Como o fungo sobrevive em restos culturais, recomenda-se, para os viveiros,  a remoção e queima das folhas doentes.

O uso de fungicidas deve ser empregado, se necessário, em complemento às práticas já mencionadas. Deve-se enfatizar que esta é a última alternativa que deva ser usada e que deve ser utilizada apenas com produtos avaliados pela pesquisa e registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Por fim, deve-se fazer uma criteriosa seleção antes do plantio, descartando as mudas com pouco desenvolvimento e com manchas foliares. Deve-se evitar levar a antracnose para o plantio definitivo. A uniformidade das mudas e a sua boa qualidade sanitária no plantio são fundamentais para se obter plantios mais uniformes e cortes precoces.

Foto: Dauri José Tesmann
Sintomas de antracnose
Figura 1. Sintomas de antracnose.