A produção brasileira de uva em 2009 foi da ordem de 1,37 milhões de toneladas, destacando-se a região Sul como a maior produtora, participando com 907,0 mil toneladas (66,2%) da produção brasileira, enquanto a participação da região Nordeste foi de 18,5% (254,1 mil toneladas), seguida da região Sudeste com 198,1 mil toneladas ou 14,5%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Muito embora a região Sul apresente-se como a maior produtora de uva do país, a uva produzida nessa região destina-se, principalmente, à produção de vinho, enquanto nas regiões Nordeste e Sudeste predominam a produção de uvas de mesa. Em 2008, a produção brasileira de uva destinada ao consumo in natura representou 691,2 mil toneladas, correspondendo a 49,4% da produção nacional, tendo a região Nordeste contribuindo com 37,7%. Atualmente, o mercado in natura é o destino de cerca de 55% da uva produzida no Brasil.

A área colhida de uva no Brasil, em 2009, segundo dados do IBGE, foi da ordem 81.355 ha, dos quais 9.933 ha estavam localizados na região Nordeste, que correspondeu a 12,2% da área total cultivada com videira no país. Nesse mesmo ano, enquanto as produtividades médias nas regiões Sul e Sudeste oscilavam em 15 e 16 t.ha^-1.ano^-1, respectivamente, na região Nordeste, a produtividade média alcançou 25,6 t.ha^-1.ano^-1.

A produção de uva no Nordeste do Brasil concentra-se (98% da área cultivada) principalmente na região do Submédio do Vale do São Francisco, localizada nos sertões pernambucano e baiano. De acordo com os dados do IBGE, em 2007, esta região já respondia por mais de 39,3% da produção de uva para o consumo in natura do país. Entretanto, quando se considera a produção de uvas finas (Vitis vinifera L.) para mesa com e sem sementes (‘Italia’, ‘Benitaka’, ‘Red Globe’, ‘Sugraone’, ‘Thompson Seedless’ e ‘Crimson Seedless’), estima-se que a participação desta região pode chegar a 90% da produção nacional.

A cultura da videira irrigada apresenta-se como a atividade agrícola que proporciona a maior geração de empregos no Polo Petrolina-PE/Juazeiro-BA, chegando a gerar até cinco empregos por hectare.ano^-1. Essa relação tem sido reduzida por um conjunto de inovações introduzido na base técnica de produção e na organização do trabalho no processo produtivo da uva. Mesmo assim, considerando-se a média de dois empregos diretos gerados por hectare no campo e quatro empregos indiretos decorrentes da dinâmica dos serviços dessa atividade, estima-se que a vitivinicultura nessa região gera mais de 72 mil ocupações diretas ou indiretas por ano.