Solos

Conteúdo atualizado em: 23/03/2022

Autor

Tony Jarbas Ferreira Cunha - Embrapa Semiárido

 

 

A videira adapta-se aos mais diversos tipos de solos, sejam estes de textura arenosa ou mesmo argilosa, podendo ser rasos ou profundos e com níveis de fertilidade variáveis. Entretanto, devem ser evitados os solos excessivamente pesados, a exemplo dos Vertissolos; os de pouca profundidade, como os Litólicos; os mal drenados, como os Gleissolos; além daqueles que apresentam altas concentrações de sais (Neossolos e Cambissolos Flúvicos sódicos ou salinos) e outras substâncias tóxicas. Terras cultiváveis aparentemente sem problemas de conservação ou com problemas simples de conservação são as preferenciais. Na principal região produtora de uva de mesa do País, o Vale do São Francisco, a videira tem sido cultivada em diversos tipos de solos, podendo-se citar os Argissolos, Latossolos, Cambissolos Flúvicos, Neossolos Flúvicos e Neossolos Quartzarênicos. Este último tem sido bastante explorado com a cultura, estando o seu sucesso relacionado à utilização da fertirrigação.

 

 

O desenvolvimento do sistema radicular da videira requer solos sem impedimentos ou camadas adensadas, de boa fertilidade física, ou seja, bem estruturados, sendo estas características de grande importância para a cultura, muitas vezes sobressaindo-se em relação à fertilidade natural. Por outro lado, solos sem pedregosidade e em relevo plano ou suave ondulado são os mais indicados.

 

 

Os solos que apresentam compactação superficial e/ou adensamentos genéticos, como os Argissolos, devem ser manejados buscando-se o rompimento destas camadas mais endurecidas. Após o rompimento das camadas adensadas, deve-se realizar amostragem de solos nas camadas de 0 – 20 cm e de 20 – 40 cm de profundidade, visando à realização de análises de fertilidade química e física.

Técnicas de conservação do solo como o plantio em nível e o terraceamento não são muito utilizadas no cultivo da videira, em especial em solos que apresentam topografia plana, provavelmente devido à dificuldade de se formar o espaldeiramento ou latada acompanhando o contorno exigido por estas práticas agrícolas. Entretanto, práticas como o uso de cobertura morta e bacias de contenção são recomendadas para o controle da erosão. A proteção do solo contra o impacto das gotas da chuva por meio de plantas de cobertura também é uma prática importante, que diminui o risco de erosão, torna o ambiente mais propício para a ciclagem dos nutrientes que estão contidos nas folhas da videira, impede a perda de nutrientes e contribui para a manutenção e/ou melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo. A utilização de matéria orgânica na forma de estercos, tortas, etc., deve ser levada em consideração quando do preparo dos berços para o plantio.