Desponte

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Patrícia Coelho de Souza Leão - Embrapa Semiárido

 

O desponte compreende a remoção da extremidade ou do meristema apical dos brotos e dos ramos. Pode ser realizado com diferentes objetivos em função da severidade com que é executado e a época de sua realização, mas, qualquer que seja o objetivo do desponte, não se deve deixar menos de 8 a 10 folhas acima do último cacho do ramo. A eliminação de até 5 cm do ápice dos brotos mais vigorosos, tende a redirecionar o fluxo da seiva para os demais brotos, proporcionando aumento no vigor dos mesmos, favorecendo, inclusive, o desenvolvimento daqueles situados na base dos ramos ou na madeira velha. O desponte com esta finalidade deve ser realizado durante a fase de crescimento ativo dos brotos tanto no ciclo de formação quanto no ciclo de produção. O desponte tem, ainda, a finalidade de estimular a brotação das gemas axilares dos ramos secundários, visando à formação de “netos”, sendo esta prática imprescindível na cultivar Sugraone. Quando o desponte dos brotos é realizado quatro a cinco dias antes da floração e até seis a oito dias após o final da floração, suspende-se, temporariamente, o fluxo da seiva para os ápices dos ramos, a qual é direcionada para o pegamento das bagas. O desponte durante a fase compreendida entre o pegamento e o enchimento das bagas, pode favorecer um aumento no tamanho das bagas, pela suspensão temporária do crescimento e translocação da seiva para os ramos. Um desponte moderado no final do ciclo pode favorecer a aeração e a luminosidade no interior do vinhedo e facilitar o controle fitossanitário, mas deve ser realizado com muita cautela, uma vez que estimula a emissão de “netos”, cujas folhas novas são facilmente infectadas por patógenos.

                                               

Foto: Cesar Mashima

Figura 1. Desponte de ramos.