Eficiência de aplicação

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autor

Aldemir Chaim - Embrapa Meio Ambiente

 

Estudos com um novo método de determinação de volume depositado através de análise de gotas, desenvolvido na Embrapa Meio Ambiente, testado em um experimento com pulverização aérea de herbicidas, demonstraram perdas em torno de 50% do volume de calda aplicado. Verificou-se que os resultados das perdas de agrotóxicos pulverizados em culturas como feijão e tomate, foram elevados (Tabela 1).

 

TABELA 1. Eficiência da pulverização na distribuição de agrotóxicos, nas culturas de feijão e tomate

Cultura

Altura das plantas (cm)

Planta 1

Solo1

Deriva1

Feijão

15

12

73

15

Feijão

35

44

41

15

Feijão

60

41

34

25

Tomate

40

36

28

35

Tomate

70

52

14

34

1 Valores expressos em porcentagem de ingrediente ativo, em relação ao total aplicadas.

 

Nas culturas de porte rasteiro, por causa das características intrínsecas da forma de aplicação, existe uma clara tendência da deposição se concentrar na região do ponteiro das plantas. Numa comparação de deposição proporcionadas, com diferentes bicos de pulverização, na cultura do algodão, observou-se que a deposição média foi significativamente decrescente da região apical (45%) para a mediana (18%) e desta para a basal (7%). Esses resultados foram semelhantes aos obtidos para a cultura do feijão, onde as perdas de agrotóxico aplicado ficaram em torno de 77%.

A distribuição dos agrotóxicos em culturas de porte arbustivo foi observada em diferentes estádios de crescimento da cultura do tomate estaqueado. De certa forma, a cultura do tomate estaqueado serve como exemplo de pulverizações onde se aplicam grandes volumes de calda. Os dados são apresentados na Tabela 2

 

TABELA 2. Distribuição percentual de agrotóxico, estimada para a cultura de tomate cultivada nos campos experimentais de Jaguariúna.

Altura das

plantas (cm)

Plantas

Solo

Deriva

50

24

39

37

110

35

20

45

160

41

29

30

 

Foi desenvolvido na Embrapa Meio Ambiente um bocal eletrostático para pulverizadores motorizados costais e foram realizados testes comparando duas técnicas diferentes de pulverização na cultura do tomate estaqueado. Os dois equipamentos foram calibrados para aplicar a mesma dose de ingrediente ativo por hectare, mas com o pulverizador aplicando um volume de calda de  1000 L/ha, enquanto que o eletrostático apenas 20 L/ha. Os resíduos encontrados nas diferentes regiões das plantas são apresentados na Tabela 3.

 

TABELA 3. Resíduos de agrotóxicos verificados em diferentes regiões de plantas de tomate estaqueado, tratadas com dois tipos de pulverizadores.

Região da planta

Pulverizador tradicional (micrograma por cm2)

Pulverizador costal motorizado eletrostático micrograma por cm2)

Inferior

0,11

1,61

Mediana

0,12

2,06

Superior

0,14

2,13

Resíduo médio

0,12

1,93

 

Observa-se que apesar de se aplicar aproximadamente a mesma quantidade de ingrediente ativo o pulverizador motorizado costal proporcionou um resíduo médio nas plantas 19 vezes maior do que o pulverizador hidráulico convencional.

 Foto: Eliana de Souza Lima

 Figura 1. Aplicação de agrotóxicos com risco de contaminação para o aplicador