Agroenergia
Buriti
Autores
Talita Delgrossi Barros - Consultora autônoma
José Gilberto Jardine - Embrapa Territorial
O Buriti (Mauritia Flexuosa) é uma espécie de palmeira de origem amazônica, também conhecida pelos nomes de buriti-do-brejo, carandá-guaçu, carandaí-guaçu, coqueiro-buriti, itá, palmeira-dos-brejos, buritizeiro, meriti, miriti, muriti, muritim, muruti.
É predominantemente encontrado na região Norte, mas também aparece com frequência nos estados de Maranhão, Piauí, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais e Mato Grosso.
Conhecido como uma das mais belas palmeiras, podendo alcançar entre 20 m e 35 m de altura, o buriti se desenvolve em terrenos baixos com grande oferta de água, como margens de rios, áreas brejosas ou permanentemente inundadas, formando aglomerados de plantas, chamados de buritizais. Para tanto, é essencial que o solo seja ácido.
A espécie chamada pelos povos indígenas de “árvore-da-vida” é totalmente aproveitada por comunidades em áreas de extração. Possui folhas em formato de leque, frutas do tipo coco e tem um crescimento muito lento, porém, apresenta grande longevidade, já que alguns tipos com mais de 10 m podem ter entre 100 e 400 anos.
As folhas do buriti (20 a 30 unidades por planta) podem ter de 3 m a 5 m de comprimento por 2 m a 3 m de largura, formando uma copa arredondada, e são geralmente coletadas para coberturas de casas rústicas e utilização em artesanato.
Os cocos são cobertos por escamas de coloração castanho-avermelhada, de 4 cm a 7 cm de comprimento, 3 cm a 5 cm de diâmetro, com peso que varia de 25 g a 40 g cada um, constituídos de semente oval dura e amêndoa comestível de cor amarelo-alaranjada, sabor agridoce e consistência gordurosa.
Foto: Daniella Collares
Figura 1. Frutos de Buriti |
Com uma produção anual, a floração do buriti ocorre de dezembro a abril e sua frutificação de dezembro a junho. Contudo, em plantas femininas ocorre a cada dois anos, no final do período chuvoso, e cada planta produz de 5 a 7 cachos com 400 a 500 unidades de frutos por cacho.
A produção é grande, chegando a três toneladas por palmeira. Da polpa da fruta podem ser obtidos o vinho, o doce, o sorvete e o licor de buriti.
A propagação do buriti é feita por sementes, que perdem o poder germinativo em poucas semanas, porém, alcançam 100% de germinação com sementes recém-colhidas. A germinação ocorre em 75 dias.
Para obtenção das sementes, deve-se colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem queda espontânea, ou recolhê-los no chão após a queda.
Assim, os frutos podem ser utilizados para semeadura sem necessidade da retirada da polpa. Entretanto, se há necessidade de armazenamento ou transporte para outros locais, é conveniente despolpar os frutos, porém é importante salientar que a viabilidade de armazenamento é curta.
A produção de óleo é feita a partir da polpa e da semente. Por apresentar altos teores de vitamina A, pode ser utilizada como produto comestível, e também em queimaduras, pois possui efeito aliviador e cicatrizante.
Superando culturas como soja, girassol e amendoim, por produzir até 3,6 toneladas por hectare, o óleo do buriti vem se tornando uma opção de matéria-prima na produção do biodiesel no país.
Se extraído a partir da polpa e semente, fornece os óleos ricos em ácidos oléicos e láuricos, respectivamente.