Mamona

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Talita Delgrossi Barros

José Gilberto Jardine - Embrapa Territorial

 

A mamona é uma planta originária da Ásia meridional. Seu nome científico é Ricinus communis L. e faz parte da família das Euphorbiaceae. No Brasil, pode ser conhecida como mamoneira, rícino, carrapateira, bafureira, baga e palma-criste. Já na Inglaterra e nos Estados Unidos é denominada como "castor bean" e "castor seed".

Trata-se de uma planta arbustiva com diferentes colorações de caule, folhas e cachos. Os frutos apresentam espinhos e as sementes possuem tamanhos, formatos e cores diferentes. Ela ainda é caracterizada como tóxica, devido à presença da proteína ricina, que mesmo em pequenas doses é mortal. 

Mundialmente, o cultivo da mamona é destinado à extração do óleo da semente que é o mais importante constituinte da semente de mamona. Este também é conhecido como óleo de rícino que tem coloração de incolor a amarelo-dourado, espesso, oleoso, inodoro e insolúvel em água, mas solúvel em solventes orgânicos.

Foto: Ana Luiza Viegas

 Figura 1. Frutos da mamona

 

A agricultura de mamona tem sofrido um considerável aumento, por causa da alta demanda do setor produtivo e da expansão e transformação tecnológica para a produção de biocombustíveis.

Além disso, o aperfeiçoamento da ricinoquímica permitiu ampliar a gama de produtos industriais obtidos a partir do óleo de mamona. Este fato elevou o interesse dos produtores, exportadores e industriais, dando mobilidade aos segmentos industriais e deixando a comercialização de mamona mais rentável.

A partir de suas sementes, é possível extrair o óleo de mamona, que é amplamente usado na lubrificação de motores com alta rotação e como matéria prima para a produção de biodiesel.

Há ainda a torta, um importante subproduto gerado da extração do óleo. É utilizada como adubo orgânico de boa qualidade, pois sua composição é rica em nitrogênio. Esta característica permite que seja empregada na recuperação de terras esgotadas e seu alto teor de proteínas a torna útil para a alimentação de animais.

O óleo de rícino pode ser obtido por dois métodos de extração: prensagem ou solvente. No primeiro método são utilizadas prensas para retirar o óleo da semente, separando-o da torta.

A extração com solvente é feita após a prensagem nas tortas residuais através do hexano, derivado do petróleo. Para tornar mais fácil a extração do óleo, é comum que as sementes secas sejam previamente trituradas e imergidas em etanol.

Para se obter uma torta de boa qualidade é necessário fazer uma extração dupla em que a mamona é primeiramente prensada para depois ser submetida ao tratamento de solventes. O resultado é uma torta com baixo teor residual que facilita a rápida absorção pelo solo. O álcool só será utilizado quando for feita a reação de transesterificação, ou seja, na produção de biodiesel.