Agroenergia
Lenha
Autor
Talita Delgrossi Barros - Consultora autônoma
Com o aumento do consumo de combustíveis fósseis nas últimas décadas, a utilização de biomassa florestal em propriedades rurais e indústrias como fonte de energia obteve um grande decréscimo, principalmente devido à sua baixa eficiência energética.
Aspectos como a heterogeneidade do material utilizado, uso de material não selecionado, uso de material in natura e a pequena utilização dos resíduos na forma de “pellets” e briquetes colaboram para uma menor eficiência energética da lenha e induzem a um menor consumo.
Proveniente de florestas nativas ou de reflorestamento, a lenha é utilizada através da sua queima direta ou pela sua combustão, gerando o carvão. Aliás, de toda a produção de lenha no Brasil, cerca de 40% é transformada em carvão vegetal.
Logo em seguida, com 30% de consumo, está o setor residencial, seguido do setor industrial, que consome aproximadamente 23% da lenha produzida no país.
Destinada principalmente à cocção de alimentos em regiões rurais, a lenha tem recebido a denominação de energia dos pobres, por representar até 95% da fonte de energia de vários países em desenvolvimento.
Já indústrias do ramo de alimentos e bebidas, cerâmicas, papel e celulose são as maiores fontes consumidoras de lenha.
No Brasil, a principal fonte da lenha (obtida de reflorestamentos) é o eucalipto. De origem australiana, e com mais de 600 espécies, o eucalipto encontrou condições propícias para o seu desenvolvimento e adaptação, contribuindo para a produção de energia primária no país.
Com a tecnologia em uso hoje, pode-se chegar a produções de 45 m3 de eucalipto por hectare em plantações comerciais.
Existem informações que algumas empresas nacionais já chegaram a colher 70 m3/ha. Porém, é importante salientar que, no sistema de colheita e beneficiamento, são gerados muitos resíduos que podem ser aproveitados para a produção de energia.
Apesar de o eucalipto ser a principal espécie para o reflorestamento e produção da lenha, o Brasil dispõe da melhor tecnologia no mundo para a implantação, manejo e exploração de florestas plantadas a partir de outras espécies.
Espécies nativas de diversas regiões brasileiras como táxi-branco, bracatinga, pau-jacar, angico-branco, angico-cascudo, angico-vermelho, timbó, maricacanudo-de-pito, sabiá farinha-secafaveira e pau-darco-cabeludo têm potencial reconhecido para a produção de energia.