Glicerol

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autor

Talita Delgrossi Barros - Consultora autônoma

 

O glicerol (1,2,3 propanotriol ou glicerina) é um composto orgânico com função álcool. Foi descoberto em 1779 pelo químico sueco Karl Wihelm Scheele no processo de saponificação (reação que produz o sabão) do azeite de oliva.

Pode ser encontrado em azeites e óleos de coco, dendê, soja, algodão e oliva, ou mesmo em animais, na combinação de glicerina com ácido graxo.

Trata-se de um poliálcool, com três hidroxilas em sua fórmula estrutural (figura 1). Também pode ser chamado como glicerina, oliva. Os seus sinônimos são glicerina, trihidroxipropano, glicil álcool, gliceril e 1,2,3-trihidroxipropano.

Esta substância é incolor, viscosa, higroscópica (absorve umidade), oleosa, de sabor doce, solúvel em água e álcool, pouca solubilidade em éter, acetato de etila e dioxano e insolúvel em hidrocarboneto.

  
 Figura1. Fórmula estrutural do Glicerol.

 

 O mercado de glicerol acompanha a ascensão da produção de biodiesel, uma vez que ambos estão diretamente relacionados. O processo produtivo de glicerol não envolve tecnologia complexa, tornando seu uso fácil. Mesmo assim tem custo elevado, limitando seu uso em algumas aplicações.

O glicerol puro pode ser aplicado na indústria de cosméticos, farmacêutica, detergentes, na fabricação de resinas e aditivos e também na indústria de alimentos. Ele resulta da reação de saponificação de ácidos graxos presentes em óleos, azeites ou sebo com hidróxido de sódio ou de potássio.

Ele atua como coprodutor no processo de produção de biodiesel. Desta forma, do volume total de biodiesel produzido, cerca de 10% correspondem ao glicerol, que é utilizado como única fonte de carbono na obtenção de produtos de maior valor agregado.

O glicerol obtido na reação de transesterificação (necessária para a produção do biodiesel) de triglicerídeos e álcool contém certas impurezas, como água, sais, ésteres, álcool e óleo residual, que diminuem o valor agregado.

Sendo assim, o processo de purificação ou o aproveitamento direto do glicerol tornam-se interessantes, pois permite a viabilidade do processo produtivo de biodiesel, tornando-o competitivo no mercado.

Para a purificação, é feita a filtração, destilação a vácuo, descoloração e troca de íons. Este procedimento apresenta elevado custo, sendo muitas vezes inviável para pequenos e médios produtores de biodiesel.