Sustentabilidade Econômica

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autor

Claudenor Pinho de Sá - Consultor autônomo

 

A técnica de manejo consiste inicialmente na execução de um inventário florestal e compartimentalização de área a ser explorada. Um compartimento utilizado (4 hectares) para exploração só voltará a ser submetido a novo processo de exploração após todos os demais serem utilizados, o que define um ciclo de exploração da reserva e um período de repouso das subáreas de dez anos.

 A exploração madeireira consiste no abate das árvores selecionadas e seu beneficiamento na área de reserva, através da serraria portátil em pranchas, sendo comercializada para compradores de madeira certificada do estado de São Paulo.

O transporte para fora da área do manejo é feito com uso de um equipamento rústico de madeira, denominada zorra, e com carroça, ambos tracionados por animais de carga. Os preços dos fatores de produção e do produto (madeira certificada) foram considerados os de mercado, válidos para outubro de 2005. Neste estudo, foi feita análise para obtenção de 10 m3 de madeira serrada de árvores denominadas de cumaru-ferro. 

Ressalta-se que na situação anterior, quando a madeira não era certificada, o produtor comercializava a madeira em Rio Branco (AC), com o preço de R$ 150 por m3, conferindo uma renda bruta de R$ 375,00 por hectare. 

Na análise do desempenho financeiro da atividade (análise complementar), pressupondo que cada produtor produz anualmente 10m3 de madeira serrada por ano, observou-se que o VPL é de R$ 21.437,65; indicando que a atividade gera benefício superior ao custo de oportunidade do capital investido. A RBC foi calculada em 1,71, o que significa que para cada um real empregado na atividade, retorna R$ 1,71 ao produtor. A TIR, calculada em 34%, reflete a viabilidade do projeto com relação à taxa de juros, uma vez que esta é superior ao custo de oportunidade de capital e da taxa de juros dos financiamentos bancários para atividades de manejo. 

A remuneração da mão de obra familiar que trabalha no manejo florestal foi calculada em R$ 114. Portanto, superior ao custo de oportunidade da mão de obra que trabalha no setor no Acre. Neste aspecto, a diária da mão de obra não especializada é de aproximadamente R$ 15; enquanto que, para a mão de obra especializada que trabalha com motores e máquinas pesadas, o preço da diária gira em torno de R$ 60. O ponto de nivelamento calculado foi de 34,14% da capacidade produtiva do empreendimento, fato que estabelece a produção de aproximadamente 4,71 m3 de madeira serrada e certificada por propriedade como a quantidade de madeira suficiente para pagar os custos totais da produção e da comercialização.

Neste sentido, conclui-se que os Indicadores de Desempenho financeiro apresentam valores positivos e recomendáveis para aplicação no campo, uma vez que confere receita adicional líquida para os adotantes da tecnologia, quando comparada com a exploração madeireira clandestina.