Mangaba

Conteúdo migrado na íntegra em: 09/12/2021

Autores

Josué Francisco Silva Júnior - Embrapa Tabuleiros Costeiros

Ana da Silva Lédo - Embrapa Tabuleiros Costeiros

 

A mangabeira é uma árvore frutífera rústica de clima tropical, nativa dos tabuleiros, restingas e cerrados do Brasil, e encontrada em todas as regiões, exceto no Sul do país. A planta alcança de 4 a 7 m de altura, se desenvolve melhor em temperaturas entre 24 e 26°C e é muito exigente em luminosidade. A precipitação pluviométrica exigida pela mangabeira é ampla, de 750 a 1.600 mm, tolerando curtos períodos de falta de água. A planta não suporta solos encharcados, por isso os terrenos nos quais se desenvolve são pobres e de textura arenosa. A mangabeira inicia a sua produção entre o terceiro e o quinto ano após o plantio, sendo que, a partir do quinto ano, a cultura pode proporcionar produtividades de 10 a 12 t/ha.

Embora a mangabeira seja uma planta produtora de látex, o seu fruto, de sabor e aroma bastante apreciados, é o principal produto explorado, sobretudo pelas indústrias de polpas, sucos e sorvetes. Algumas partes da planta têm aplicação na medicina popular, como a casca, a folha e as raízes.

A demanda elevada pela mangaba em Pernambuco faz com que as agroindústrias locais importem a fruta de outros estados, como Rio Grande do Norte e Paraíba. Nos estados litorâneos do Nordeste, como o volume produzido não atende à demanda, o preço é alto. No pico da safra, o quilo da fruta custa em torno de R$ 0,50 e, quando a safra diminui, o preço chega a R$ 1,50 ao nível do produtor. Nos supermercados, esses valores são superiores. Os ganhos podem ser ainda maiores, caso o processamento da fruta seja feito na propriedade.

Em Pernambuco, ocorre nas restingas do litoral sul e nos tabuleiros costeiros e restingas do litoral norte. Nesses ecossistemas, os poucos remanescentes ainda existentes estão em avançado processo de desaparecimento, devido à expansão da cultura da cana-de-açúcar, à construção de viveiros de camarão e, sobretudo, à intensa especulação imobiliária e ao incentivo do ao turismo de massa, cuja implantação implica o corte das plantas. A perda dos recursos genéticos da espécie no Estado tem sido notória. A Embrapa Tabuleiros Costeiros mapeou o litoral de Pernambuco, identificando 17 remanescentes, em um estado que outrora era ocupado por extensas áreas de mangabeiras. Na Mata Sul, estão concentrados nos municípios de Sirinhaém e Tamandaré. A exploração é realizada por populações tradicionais de extrativistas, não existindo plantios comerciais no Território, embora haja um sistema de produção gerado pela Embrapa para os tabuleiros costeiros e baixada litorânea do Nordeste, bem como uma Árvore do Conhecimento sobre a mangaba disponível. As informações contidas nessas duas publicações podem ser utilizadas na Mata Sul Pernambucana.
 
   Foto: Josué Francisco, 2012 
  
  Figura 1. Mangaba