Agricultura Familiar

Conteúdo migrado na íntegra em: 09/12/2021

Autor

José Aldo dos Santos - Consultor autônomo

 

A concentração de terras na Mata Sul Pernambucana atinge principalmente a agricultura familiar, que compõe um contingente grande de estabelecimentos que dela dependem para sua sobrevivência. Segundo o IBGE (2006), 87% dos estabelecimentos agropecuários (entendido aqui como o terreno de área contínua, subordinado a um dono e onde se processe alguma atividade agropecuária ou extrativista) do território são da agricultura familiar, que dispõem de menos de 19% da área. Isso significa que, 81% das áreas agrícolas estão nas mãos do agronegócio. Comparativamente ao estado, o território contém 7% dos estabelecimentos familiares de Pernambuco, detendo apenas 4% da área agrícola familiar no Estado.

Os municípios que concentram maior número de estabelecimentos agrícolas são: Vitória de Santo Antão (com 12% dos estabelecimentos familiares do território e 13% dos não familiares), Quipapá (com 10% e 9%, respectivamente) e Água Preta (com 8% e 13%).

Alguns municípios destacam-se pela concentração da agricultura familiar em detrimento de outros tipos de estabelecimentos agropecuários, como por exemplo Joaquim Nabuco (97%); Gameleira (96%); Pombos (95%); Ribeirão, Amaraji e Belém de Maria (90% cada); Chã Grande e Quipapá (ambos com 89%). Dentre esses, Joaquim Nabuco e Chã Grande são os que apresentam melhor distribuição fundiária, pois apresentam respectivamente 85% e 52% das áreas agrícolas nas mãos da agricultura familiar, caracterizando uma exceção frente à realidade no território.

Porém, a situação fundiária mais gritante é a do Município de Maraial, com 80% de seus estabelecimentos pertencendo à agricultura familiar em apenas 1% da área agrícola.