Geologia e Solos

Conteúdo migrado na íntegra em: 09/12/2021

Autores

Tony Jarbas Ferreira Cunha - In memoriam

Manoel Batista de Oliveira Neto - Embrapa Solos

Iedo Bezerra Sá - Embrapa Semiárido

Vanderlise Giongo Petrese - Embrapa Trigo

Maria Sonia Lopes da Silva - Embrapa Solos

 

Geologia

No território do sisal ocorrem áreas do cristalino com predomínio de gnaisses, granitos, migmatitos e xistos, áreas de cobertura sobre o cristalino como materiais mais ou menos arenosos e áreas sedimentares recentes de depósitos fluviais do Quaternários (Figura 1 e 2), Brasil (1979).

  Foto: Tony Jarbas Ferreira Cunha

 

 Figura 1: Rochas do cristalino (Granito/Gnaisse).

Os xistos e gnaisses micáceos contêm intercalações de quartzitos e calcários cristalinos. Os xistos são compostos por muscovita-biotita-estaurolita-xistos granatíferos, quatzo-micaxisto, clorita-biotita-xistos granatíferos e sericita-clorita-xisto. Os gnaisses são placosos ou em bancos cinza-claros a cinza-avermelhados, constituídos de quartzo, plagioclásio, muscovita e mais raramente biotita e granada. No referido território ocorrem materiais relacionados ao Pré-Cambriano com cobertura pedimentar, constituída por materiais arenosos, areno-argilosos, argilo-arenosos e material macroclástico, principalmente concreções ferruginosas e seixos de quartzo.

É encontrada também, com certa frequência, pedregosidade superficial constituindo um “pavimento desértico” de calhaus e cascalhos de quartzo e quartzito, muitos já bastante ferruginizados, e concreções de ferro. São comuns os afloramentos de quartzo branco-leitoso e também afloramentos de micaxistos cinzento-oliváceo, porém sem grande representatividade. Figura 2. Pedregosidade superficial constituindo um “pavimento desértico” de calhaus e cascalhos de quartzo e quartzito.

 

 Foto: Manoel Batista de Oliveira Neto,2011

 

Figura 2: Pedregosidade superficial constituindo um “pavimento desértico” de calhaus e cascalhos de quartzo e quartzito. 

 

O grau de compactação litológica desta área faz com que o armazenamento de água em sub-superfície seja incipiente, havendo uma situação contrária apenas onde há ocorrência de sistemas de fraturas.

 

Solos 

No território do sisal, a geologia, o material originário e o relevo exercem papel de grande importância na formação dos solos em função da grande variação litológica da região. Em função destes fatores, neste território, ocorre uma grande diversidade de solos, principalmente solos rasos e pedregosos com textura que varia de arenosa a argilosa. Em alguns casos são eutróficos, favorecidos pela baixa precipitação pluviométrica, porém ocorrem também solos distróficos de textura bastante arenosa e muito pedregosos.

As classes de solos mais comumente encontradas são: Planossolos, Neossolos Litólicos, Neossolos Quartzarênicos, Neossolos Regolíticos, Luvissolos e Argissolos, BRASIL (1979). Em menor expressão, podem ser encontrados solos da classe dos Latossolos e Cambissolos. Nas margens dos rios e riachos que cortam o território são observados os Neossolos Flúvicos Psamítico (Figura 3) e nos ambientes propícios a alagamentos temporários, podem ocorrer solos com problemas de drenagem como os Gleissolos. De um modo geral, observa-se uma verdadeira “cocha de retalho” onde diversas classes de solos ocorrem juntas num mesmo ambiente.


 Foto: Manoel Batista de Oliveira Neto,2011 
  
Figura 3: Ambientes de Neossolos Flúvicos psamítico.
 
Abaixo é apresentada uma descrição sucinta das principais classes de solos encontradas no território do sisal:

Neossolos Litólicos Eutróficos: São solos desenvolvidos de sedimentos não consolidados do Quaternário, pouco evoluídos e sem horizonte B diagnóstico com horizonte A ou O hístico com menos de 40 cm de espessura, assentando diretamente sobre a rocha ou sobre um horizonte C ou Cr ou sobre material com 90% (por volume), ou mais de sua massa constituída por fragmentos de rocha com diâmetro maior que 2 mm (cascalhos, calhaus e matacões) possui alta saturação por bases (V = 50%) em pelo menos um horizonte dentro de 50 cm da superfície do solo.

Neossolos Regolíticos Eutróficos: Solos pouco evoluídos, sem horizonte B diagnóstico tendo o horizonte A sobrejacente a horizonte C ou Cr; apresenta contato lítico a uma profundidade maior que 50 cm com saturação por bases alta (V = 50%) na maior parte dos primeiros 120 cm da superfície do solo ou até um contato lítico.

Planossolos Háplicos Eutróficos Solódicos: São solos também desenvolvidos de rochas cristalinas, e que possuem horizonte B textural, com mudança textural abrupta do horizonte A para o Bt, eutróficos. Os Planossolos são solos podzolizados que apresentam drenagem deficiente devido principalmente a um horizonte fortemente adensado, de grande compactação, com grande conteúdo de argila, isto se deve a meteorização “in situ” de partículas de silte.