Território Sisal
Geologia e Solos
Autores
Tony Jarbas Ferreira Cunha - In memoriam
Manoel Batista de Oliveira Neto - Embrapa Solos
Iedo Bezerra Sá - Embrapa Semiárido
Vanderlise Giongo Petrese - Embrapa Trigo
Maria Sonia Lopes da Silva - Embrapa Solos
Geologia
No território do sisal ocorrem áreas do cristalino com predomínio de gnaisses, granitos, migmatitos e xistos, áreas de cobertura sobre o cristalino como materiais mais ou menos arenosos e áreas sedimentares recentes de depósitos fluviais do Quaternários (Figura 1 e 2), Brasil (1979).
Foto: Tony Jarbas Ferreira Cunha
Figura 1: Rochas do cristalino (Granito/Gnaisse).
Os xistos e gnaisses micáceos contêm intercalações de quartzitos e calcários cristalinos. Os xistos são compostos por muscovita-biotita-estaurolita-xistos granatíferos, quatzo-micaxisto, clorita-biotita-xistos granatíferos e sericita-clorita-xisto. Os gnaisses são placosos ou em bancos cinza-claros a cinza-avermelhados, constituídos de quartzo, plagioclásio, muscovita e mais raramente biotita e granada. No referido território ocorrem materiais relacionados ao Pré-Cambriano com cobertura pedimentar, constituída por materiais arenosos, areno-argilosos, argilo-arenosos e material macroclástico, principalmente concreções ferruginosas e seixos de quartzo.
É encontrada também, com certa frequência, pedregosidade superficial constituindo um “pavimento desértico” de calhaus e cascalhos de quartzo e quartzito, muitos já bastante ferruginizados, e concreções de ferro. São comuns os afloramentos de quartzo branco-leitoso e também afloramentos de micaxistos cinzento-oliváceo, porém sem grande representatividade. Figura 2. Pedregosidade superficial constituindo um “pavimento desértico” de calhaus e cascalhos de quartzo e quartzito.
Foto: Manoel Batista de Oliveira Neto,2011
Figura 2: Pedregosidade superficial constituindo um “pavimento desértico” de calhaus e cascalhos de quartzo e quartzito.
O grau de compactação litológica desta área faz com que o armazenamento de água em sub-superfície seja incipiente, havendo uma situação contrária apenas onde há ocorrência de sistemas de fraturas.
Solos
As classes de solos mais comumente encontradas são: Planossolos, Neossolos Litólicos, Neossolos Quartzarênicos, Neossolos Regolíticos, Luvissolos e Argissolos, BRASIL (1979). Em menor expressão, podem ser encontrados solos da classe dos Latossolos e Cambissolos. Nas margens dos rios e riachos que cortam o território são observados os Neossolos Flúvicos Psamítico (Figura 3) e nos ambientes propícios a alagamentos temporários, podem ocorrer solos com problemas de drenagem como os Gleissolos. De um modo geral, observa-se uma verdadeira “cocha de retalho” onde diversas classes de solos ocorrem juntas num mesmo ambiente.
Foto: Manoel Batista de Oliveira Neto,2011
Figura 3: Ambientes de Neossolos Flúvicos psamítico.
Neossolos Litólicos Eutróficos: São solos desenvolvidos de sedimentos não consolidados do Quaternário, pouco evoluídos e sem horizonte B diagnóstico com horizonte A ou O hístico com menos de 40 cm de espessura, assentando diretamente sobre a rocha ou sobre um horizonte C ou Cr ou sobre material com 90% (por volume), ou mais de sua massa constituída por fragmentos de rocha com diâmetro maior que 2 mm (cascalhos, calhaus e matacões) possui alta saturação por bases (V = 50%) em pelo menos um horizonte dentro de 50 cm da superfície do solo.
Neossolos Regolíticos Eutróficos: Solos pouco evoluídos, sem horizonte B diagnóstico tendo o horizonte A sobrejacente a horizonte C ou Cr; apresenta contato lítico a uma profundidade maior que 50 cm com saturação por bases alta (V = 50%) na maior parte dos primeiros 120 cm da superfície do solo ou até um contato lítico.
Planossolos Háplicos Eutróficos Solódicos: São solos também desenvolvidos de rochas cristalinas, e que possuem horizonte B textural, com mudança textural abrupta do horizonte A para o Bt, eutróficos. Os Planossolos são solos podzolizados que apresentam drenagem deficiente devido principalmente a um horizonte fortemente adensado, de grande compactação, com grande conteúdo de argila, isto se deve a meteorização “in situ” de partículas de silte.