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Cidades e Alimentação
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As cidades são os grandes centros consumidores de alimentos e para termos sistemas alimentares mais sustentáveis é preciso entender a dinâmica do consumo urbano. Aproximadamente 80% do consumo global de alimentos ocorrem em centros urbanos e a urbanização acelerada aumenta ainda mais a demanda por alimentos nas cidades. Além disso, as mudanças nos hábitos de consumo impactam os tipos de cultivos e a sazonalidade natural da produção de alimentos. É também no âmbito das cidades que aumenta a demanda por múltiplas funções para a agricultura, tais como o interesse pelo turismo rural, enogastronomia, e ainda busca por experiências que aliem alimentos artesanais, territórios e cultura.
Para lidar com as transformações e crescente importância da agricultura urbana, a Embrapa Alimentos e Territórios também tem como missão apoiar políticas públicas para preservação dos espaços produtivos agrícolas periurbanos e ações para diversificação da agricultura para atender mercados locais. Dentre as iniciativas alinhadas ao tema Cidades e Alimentação, destacam-se:
- Incrementar os circuitos curtos de produção e consumo;
- Contribuir com estratégias para redução das perdas e do desperdício de alimentos e promoção da segurança alimentar;
- Apoiar a criação de espaços de comercialização para valorizar produtos locais;
- Co-desenvolver ações de educação alimentar para o público jovem, educadores e merendeiras;
- Fortalecer as conexões urbano-rural por meio de novas estratégias para o varejo de alimentos e experiências que aproximem o consumidor urbano da produção de alimentos.
As estratégias de gestão do sistema alimentar urbano, quando planejadas e executadas pelas próprias cidades, fortalecem a capacidade dos municípios encontrarem soluções mais alinhadas com a realidade local. As premissas para fortalecer a temática da alimentação nas cidades fazem parte de uma agenda global, estabelecida pelo Pacto de Milão para Política de Alimentação Urbana, que possui diversos municípios latino-americanos como signatários. Dessa forma, o tema também possibilita intercâmbio de experiências entre cidades latino-americanas e europeias, por exemplo, além do estabelecimento de cooperações internacionais focadas no desenvolvimento de ações de PD&I e disseminação de boas práticas.
Sistema agroalimentar circular
O sistema agroalimentar oferece diversas oportunidades de fortalecer o conceito de economia circular nas cidades. Além do apoio a políticas públicas de fomento a circuitos curtos alimentares e redes alimentares locais, a Embrapa Alimentos e Territórios irá atuar em ações de fomento a circularidade dos sistemas de produção de alimentos.
A circularidade pressupõe maximizar o uso de subprodutos, tais como resíduos ou partes de alimentos, que acabariam sendo descartados no início da cadeia produtiva. Ao gerar novos usos para subprodutos (Ex: fibra de caju na agroindústria de castanhas; quengas na produção de água de coco; conchas na produção de ostras e sururu), o fortalecimento da circularidade reduz o impacto ambiental da produção agropecuária e gera valor para produtos antes descartados.
A Embrapa é parceira do Ministério do Desenvolvimento Regional na Rota da Economia Circular e pretende ampliar as oportunidades de inserção do setor agropecuário neste novo conceito. Segundo o programa Circular Economy 100 (CE100 Brasil), a agricultura tem potencial de fortalecer o alinhamento com a economia circular em três eixos de ação: 1. Ampliar esforços existentes em modelos de negócio regenerativos em agricultura e ativos da biodiversidade; 2. Estimular o desenvolvimento do setor de biointeligência; 3. Alavancar a tecnologia digital para destravar o potencial da economia circular na bioeconomia.