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Quadro Agrícola na Caatinga
A agricultura da Caatinga é caracterizada pela diversidade de contextos, de produtos e de formas de existência no campo. Em algumas regiões, como as áreas do Sertão, predomina a pequena agricultura familiar, muitas vezes marcada por séculos de história de ocupação humana. Outras, conheceram importantes transformações no período recente, a exemplo dos perímetros irrigados de Juazeiro/BA e Petrolina/PE. A produção rural da Caatinga é aquela representada pela atividade pecuária de bovinos e, principalmente, de pequenos animais como caprinos e ovinos, mas também pela fruticultura irrigada, pela produção de mel e pela aquicultura. Também compreende o extrativismo de espécies nativas como o umbu ou a carnaúba e o manejo florestal da própria Caatinga e de sua biodiversidade, entre outras diversas formas de produção.
Dados dessa realidade agropecuária tão diversa estão reunidos no painel interativo desta página, que constitui uma ferramenta de análise do Quadro Agrícola. A forma de organização e apresentação dos dados busca favorecer a compreensão da tendência de evolução de cada uma das culturas da Caatinga nos últimos anos, tanto do ponto de vista numérico quanto de sua representatividade no território. São mais de 90 produtos agropecuários com dados disponíveis para análise distribuídos em 10 categorias temáticas.
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Dados, Mapas e Gráficos
O painel interativo abaixo permite múltiplas consultas sobre a produção agropecuária da Caatinga. A partir da seleção de um produto, é apresentada a respectiva série histórica de produção entre os anos de 2013 a 2020 em um conjunto gráfico de barras. No menu, selecione também o ano para o qual deseja visualizar as duas formas de representação espacial: Mapa de Produção e Mapa de Concentração Espacial.
O painel interativo permite visualizar o contexto regional da Produção agropecuária de todo o bioma Caatinga, bem como selecionar recortes territoriais específicos ao clicar sobre qualquer um dos municípios no mapa, na tabela ou, então, escolher uma unidade da federação no menu principal. A partir de qualquer seleção, o painel atualiza os dados de produção. Para a análise de Concentração Territorial, contudo, a classificação em quartéis segue relativa ao conjunto da Caatinga.
Os dados gráficos e espaciais são acompanhados das informações tabulares que caracterizam cada registro de forma individual, o que permite conhecer os valores das quantidades produzidas, da área colhida e da produtividade (quando disponível) de um determinado produto, registrados em cada município da Caatinga e para cada ano da série histórica. Todos os dados estão disponíveis para download em diferentes formatos, ao clicar no botão 'Baixar', no canto inferior direito dos painéis.
Detalhamento e conceitos:
Mapa de Produção: apresenta o registro da produção de cada município da Caatinga para o ano selecionado. Municípios representados em tonalidades mais escuras são aqueles com maior volume produzido no período para o produto escolhido.
Mapa de Concentração Espacial: apresenta a classificação dos municípios a partir de um indicador de concentração da produção baseado na metodologia de Garagorry e Chaib Filho. Esta propõe um indicador para sinalizar o grau de concentração que culturas e rebanhos apresentam em um determinado território, nesse caso, representado pelo bioma Caatinga. Esse indicador de concentração é baseado na distribuição dos volumes produzidos em quatro quartéis, nomeados com Q1, Q2, Q3 e Q4, onde o Q4 representa aqueles municípios com os maiores níveis de produção.
Para fazer a distribuição de municípios nos quartéis, eles são ranqueados, conforme a quantidade de produção, em ordem decrescente. São inseridos no Q4 os primeiros colocados, até a posição em que a soma dos volumes de produção de cada um corresponda a, no mínimo, 25% do total. Os próximos municípios são alocados no Q3 até somarem outros 25%. Assim é feito sucessivamente, até chegar ao Q1. Dessa forma, o Q4 é composto, geralmente, por poucos municípios com elevada produção individual; o número de municípios vai aumentando e o volume de produção individual diminuindo, à medida que se avança para o Q1. Isso ocorre especialmente naqueles casos em que a produção é muito concentrada em algumas poucas regiões do bioma.
Para exemplificar, no caso do milho na Caatinga, em 2020, o Q4 compreende apenas quatro municípios que, sozinhos, geraram um quarto da produção. Para chegar ao mesmo volume aproximado de 25%, no Q3, é preciso somar a colheita de 14 municípios; no Q2, são 72. Dessa forma, a produção dos municípios no Q4, Q3 e Q2 somadas representam, ao menos, 75% (denominado de G75) do total produzido para um determinado produto na Caatinga.
Obtém-se, assim, um indicador para revelar não apenas as áreas do bioma que produzem determinado item, mas, principalmente, quais as regiões em que a concentração da produção é mais evidente.