Embrapa Roraima e Embrapa Florestas, em parceria com a Universidade Federal de Roraima (UFRR), realizaram no último dia 20/09 a Oficina de Processamento e Beneficiamento do Caçari de Roraima, mais conhecida como camu-camu, a fruta nativa da Amazônia rica em vitamina C. O evento aconteceu no auditório da Embrapa Roraima e reuniu produtores, técnicos e demais interessados no tema. Com o objetivo de promover a capacitação de produtores e técnicos, a oficina funciona como uma ferramenta para o desenvolvimento local em busca de estimular a produção e o beneficiamento do caçari em Roraima, gerando renda e promovendo o desenvolvimento local. Além disso, a valorização de produtos da biodiversidade amazônica contribui para a conservação da floresta e a melhoria da qualidade de vida das comunidades tradicionais. A programação contou com palestras pela manhã, abordando as diversas etapas do processamento do caçari, desde a colheita até a transformação em produtos de maior valor agregado. Como: Desafios para inclusão sócio-produtiva do caçari de Roraima, com o pesquisador da Embrapa Florestas Edvan Chagas; Colheita e pós-colheita de caçari, Dra. Maria Luiza Grigio, Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (ADAF-AM); Potencial nutraceútico do caçari na prevenção de comorbidades, Dra. Samantha Xena Nunes Quadros (UFRR); Aproveitamento integral e secagem de caçari, Dr. Pedro Victor Pereira Guimarães (UFRR/Rede BIONORTE) e Agregação de Valor: Bolos e Sucos de Caçari, Profa. Dra. Pollyana Cardoso Chagas (UFRR). A palestra sobre “Potencial nutraceútico do caçari na prevenção de comorbidades” conduzida pela Dra. Samantha Xena Nunes Quadros (UFRR), mostrou a importância da dieta com caçari na prevenção de diversas doenças comuns no nosso dia-a-dia e foi mais um resultado positivo de estudos com o Caçari que mostram os benefícios de seu consumo para sociedade. A Dra. Samantha destacou que os estudos comprovam os benefícios do caçari na redução de medidas e no controle dos níveis de triglicerídeos e colesterol e que incentivar a produção e o consumo desse fruto em Roraima seria uma alternativa natural para a prevenção de diversas doenças. No período da tarde, os participantes tiveram a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos, realizando atividades como despolpamento do caçari, preparo de sucos e geleias, sob a orientação da Dra. Maria Luiza Grigio (ADAF-AM), Dra. Maria Isabel Garcia Ribeiro, Msc . Gabriella Ferreira de Carvalho (todas da Roraifrut), Zooetcnista Jayne Zanchetta e a Profa. Dra. Pollyana Cardoso Chagas. Os participantes ainda aprenderam as melhores técnicas para processamento, armazenamento e comercialização do fruto, no Laboratório de Pós-colheita e Agroindústria da Embrapa Roraima. O pesquisador Edvan Chagas da Embrapa Florestas, coordenador da oficina em parceria com a professora doutora Pollyana Chagas da UFRR, e outros pesquisadores de instituições parceiras, compartilharam seus conhecimentos para capacitar os participantes e estimular o desenvolvimento de produtos de alta qualidade à base de caçari. Para Edvan Chagas “o grande desafio agora é continuar trabalhando para que as tecnologias geradas pela Embrapa e seus parceiros sejam adotadas pelos produtores, que através de políticas públicas sejam incentivadas o plantio comercial da cultura e que sejam realizadas ações de organização das comunidades locais, associações e/ou cooperativas para o aproveitamento sustentável da produção extrativista nos locais de produção natural da fruta”. Afirmou. A Embrapa Roraima e a UFRR pretendem dar continuidade a essas iniciativas, realizando novas pesquisas e oferecendo capacitações para fortalecer a cadeia produtiva do caçari em Roraima e em outras regiões da Amazônia. O evento foi uma iniciativa conjunta da Embrapa e UFRR, com apoio de instituições como o ADAF-AM, Grupo Nativa, CAPES, CNPq, Roraifrut, Picoleteria Sabores da Amazônia, Fatto com Amore, Viveiro Henz e Abrafrutas. A ação faz parte dos esforços para promover o desenvolvimento sustentável da fruticultura nativa local, oferecendo alternativas econômicas para a região e contribuindo para a inclusão sócio-produtiva da nossa biodiversidade.