A 16ª Dinapec encerrou-se após cinco dias de eventos, consecutivos, em Campo Grande (MS). Com pontapé inicial durante a Corrida do Agro MS ocorrida domingo, 23, o último passe foi nesta quinta-feira, 27, com a Dinapec Jovem e a Nossa Dinapec. As propostas são direcionadas para os estudantes do Ensino Fundamental e para os empregados da estatal, respectivamente. Esse é o segundo ano que a Dinâmica Agropecuária (Dinapec) elabora um roteiro para os estudantes na faixa etária de 13 a 15 anos. Anteriormente, a iniciativa atingia crianças das séries finais do Ensino Fundamental 1 e iniciais do 2. Entretanto, o objetivo permanece “aproximar o público do Ensino Fundamental da realidade agropecuária e da pesquisa científica realizada pela Embrapa”, ratifica Rodrigo Alva, coordenador da Dinapec Jovem. A equipe da Empresa, formada por empregados voluntários, recebeu ao redor de 90 alunos do 9ª ano da Escola Estadual Rui Barbosa (Paulo VI), localizada no bairro Santo Antônio. Acompanhados dos professores Cleide Oliveira e Philipy Alves, os jovens passaram por quatro estações, apresentadas por pesquisadores da Embrapa: Raças bovinas; Carrapatos e saúde única; Pastagens e pragas; e Solos e sistemas integrados. “Nós sempre procuramos fazer aulas diferenciadas. Como professora coordenadora de práticas inovadoras da escola, meu trabalho é incentivar práticas inovadoras, projetos, aulas diferenciadas. Essa aula campo vai ser usada na disciplina de ciências da natureza pelo professor”, informou a professora Cleide, coordenadora de práticas inovadoras da escola. A menina Kyara Acosta criada na zona rural até os oito anos, agora com 13, pretende voltar ao campo e criar gado e galinhas. Para ela, conhecer a vitrine da Embrapa não é somente uma recordação afetiva, mas também aprender de olho no futuro. Nas boas-vindas, Antonio Rosa, chefe-geral da Unidade, reforçou que isso é possível, por meio da educação e do esforço. Valdecir Alves da Silva, coordenador de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Semadesc, igualmente aposta na popularização da Ciência. O gestor destaca a relevância de se conhecer parte do que é desenvolvido dentro do Estado de Mato Grosso do Sul e instigar o gosto pela Ciência, pela agropecuária sustentável e, “quem sabe termos novos cientistas veterinários, agrônomos, biólogos”. Em 2025, a Dinapec Jovem foi realizada pela Embrapa Gado de Corte em parceria com a (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Associação De Olho no Material Escolar e WWF- Brasil. Fotos: Marcelo Armoa (Semadesc) Nossa Dinapec Os primeiros passos da iniciativa começaram com uma simples visita dos empregados à Dinapec, dias antes do evento. Atualmente é um momento esperado pelos colaboradores, que passaram meses ajudando a organizar a feira, direta ou indiretamente. Os roteiros envolveram a Prova de Avalição de Desempenho (PAD) da raça Nelore, a área com estudos sobre pastagens degradadas e a estação de Saúde Única. Entre tubos e ensaios do laboratório, Sandra Ratier, impressionou-se com o que viu como a PAD e os trabalhos em sanidade animal. Apesar de lamentar o tempo curto tempo, ela aposta na integração como forma de compartilhamento. Ratier ainda atuou na feira oficial e também se surpreendeu com a procura dos produtores e alunos de escolas técnicas em participar das visitas guiadas. “A vontade que senti nos visitantes encontrei nos funcionários”, recorda a laboratorista. Do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), Carlos Lubas observou a movimentação entre as solicitações direcionadas ao setor. Para o técnico, participar assim é uma forma fazer o funcionário “se sentir parte da engrenagem, que toca a Embrapa como um todo”. A autoestima, a valorização, a sensação de utilidade são alguns vislumbres que notou nos colegas durante a ação. “Nós vemos que toda contribuição é válida. Faz-me lembrar de que sou muito útil e que, meu centavo de contribuição, ajuda! Nem mil palavras conseguem explicar o orgulho em ser colaborador de uma instituição como essa”, frisa. Apresentando a estação PAD, Gilberto Menezes, acrescenta o quão é fundamental os empregados terem uma noção amplificada do que está em andamento na Empresa. "Principalmente, mostrar que quem, às vezes, não está na linha de frente, é relevante. Todos os setores têm um grau de envolvimento e se não funcionar a prova está comprometida. Muitas vezes o dia a dia é desafiador, mas cada atividade aqui se encaixa em algo maior", acentua o melhorista. Acostumado com o campo, Celso Martins, veio da Fazenda Modelo da Embrapa, situada em Terenos (MS), para a Nossa Dinapec, e apesar de atuar diariamente na zona rural, o técnico em agropecuária saiu animado com o que viu. As pesquisas com melhoramento genético, mosca-dos-estábulos, pastagens degradadas, carrapatos e identificação eletrônica foram algumas apontadas por ele, que identificou o esforço dos colegas e a crença na Ciência, mesmo em meio a diversas dificuldades encontradas pelo caminho. A Nossa Dinapec 2025 foi idealizada pela Seção Sindical-Campo Grande do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), sob a coordenação da técnica administrativa, Daiani Moraes. Fotos: Suelma Bonatto (Embrapa)