Análise da Produção Análise da Produção

COMO FIZEMOS

 

Os dados apresentados nos painéis interativos da seção Produção Agropecuária foram obtidos das pesquisas municipais sistemáticas anuais realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) e Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), abrangendo o período de 1990 a 2023. Para garantir maior consistência territorial, os dados foram apresentados em nível de microrregião, uma vez que os limites dessas unidades geográficas são mais estáveis ao longo do tempo, ao contrário dos municípios, que podem ser desmembrados, fusionados ou criados. Essa escolha permite análises históricas mais comparáveis e coerentes.

As variáveis sistematizadas para as culturas agrícolas foram a quantidade produzida e a área colhida. Para as atividades pecuárias (bovinos, galináceos e suínos), os dados apresentam apenas o efetivo de cabeças.

A seleção dos produtos foi feita com base na representatividade que possuem para a exportação agropecuária brasileira. Os 10 produtos analisados são:

  1. Algodão – Considera exclusivamente o tipo algodão herbáceo.
  2. Bovinos – Refere-se ao total de cabeças de gado bovino.
  3. Café – Utiliza os dados de café total, que incluem as espécies arábica e canephora.
  4. Cana-de-açúcar – Inclui a produção total de cana-de-açúcar registrada anualmente.
  5. Galináceos – Animais da espécie Gallus gallus, conhecidos como galos, galinhas, frangas, frangos, pintos e pintainhas.
  6. Laranja – Representa a produção total de laranjas por microrregião.
  7. Madeira para papel e celulose – Inclui madeira em tora de eucalipto para papel e celulose, madeira em tora de pinus e madeira em tora de outras espécies.
  8. Milho – Os dados compreendem tanto o milho produzido na primeira safra quanto o milho produzido na segunda safra.
  9. Soja – Refere-se ao volume total produzido por microrregião.
  10. Suínos – Baseia-se no tipo suíno total, que inclui tanto os suínos destinados ao abate quanto as matrizes.

 

Indicador de Concentração Espacial

Os dados incluem, além das variáveis absolutas, um indicador de concentração espacial estatístico, baseado na metodologia de Garagorry e Chaib Filho (2008). Essa metodologia foi selecionada por sua capacidade de revelar, de forma objetiva, o grau de concentração de culturas e rebanhos em diferentes territórios. O indicador classifica os municípios ou microrregiões em quatro quartéis de volume – Q1, Q2, Q3 e Q4 –, sendo que o Q4 agrupa os territórios com os maiores níveis de produção.

Neste contexto, o termo "volume" refere-se ao efetivo, no caso das atividades pecuárias, e à quantidade produzida, nos demais produtos. O agrupamento segue o algoritmo descrito abaixo:

  1. Ordenação: os territórios com registro do produto são ordenados em ordem decrescente de volume produzido ou efetivo registrado.
  2. Acumulação: o volume produzido ou efetivo é acumulado, seguindo a ordem dos territórios.
  3. Alocação nos quartéis: As microrregiões são, então, classificadas em quatro grupos, cada um corresponde a cerca de 25% do volume de produção. 
  • No Q4, são alocadas as microrregiões que estão nas primeiras posições da lista, até o acumulado do volume produzido ou efetivo atingir aproximadamente 25% do total;
  • No Q3, são alocadas as microrregiões subsequentes, até que o volume produzido ou efetivo some outros 25% e o acumulado de Q4 e Q3 atinja 50% do total;
  • No Q2, são alocadas as próximas microrregiões, até que o volume produzido ou efetivo some também 25% e o acumulado de Q4, Q3 e Q2 chegue a 75% do total.
  • No Q1, alocam-se as demais microrregiões.


Uma característica importante desse indicador é que seu cálculo é realizado dinamicamente, adaptando-se ao recorte territorial selecionado pelo usuário no painel interativo. Por exemplo:

  • Quando o recorte territorial é o Brasil, 22 microrregiões são responsáveis por, pelo menos, 50% da produção nacional de soja em 2023.
  • Ao restringir a análise à Região Centro-Oeste, apenas 7 microrregiões concentram 50% da produção regional de soja em 2023.
  • Se a análise for direcionada ao estado do Mato Grosso, o indicador demonstra que apenas 4 microrregiões são suficientes para atingir 50% da produção estadual de soja em 2023. 

Esse dinamismo permite que o indicador capture de forma precisa as especificidades de cada recorte territorial, proporcionando uma análise mais rica e adaptada às diferentes escalas geográficas.

 

Detalhamento Metodológico

Diferença em relação a outros métodos: Ao contrário de outras abordagens que podem balancear os volumes em cada quartel sem garantir um limite mínimo (como Q4 reunindo menos de 25%), a metodologia de Garagorry e Chaib Filho assegura que os territórios alocados em Q4 são suficientes para atingir, no mínimo, 25% do volume total. O mesmo critério aplica-se para os demais quartéis.

Definição de grupos: A partir dos quartéis, definiram-se grupos que auxiliam no estudo da dinâmica da produção:

  • Grupo 25 (G25): corresponde ao quartel superior (Q4).
  • Grupo 50 (G50): reúne os territórios de Q4 e Q3, suficientes para acumular 50% do volume total.
  • Grupo 75 (G75): abrange os territórios dos três quartéis superiores (Q4, Q3 e Q2), acumulando pelo menos 75% do volume total.
  • Grupo 100 (G100): compreende todos os territórios com registro do produto no ano considerado, correspondendo aos quatro quartéis combinados.

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