Um curso sobre manejo agroecológico da mandioca de mesa foi realizado recentemente no Assentamento Sepé Tiaraju, em Serra Azul, SP., com uma dinâmica participativa, teve foco na troca de experiências entre agricultores e técnicos e abordou práticas culturais voltadas para o plantio, crescimento e produtividade da mandioca em sistemas agroecológicos. A iniciativa reforça o compromisso dos agricultores com a produção sustentável e o aprimoramento técnico da cultura da mandioca. O evento foi promovido em parceria com a Associação dos Agrofloresteiros do Assentamento Sepé Tiaraju. “A cultura da mandioca é uma das principais fontes de renda do assentamento, sendo fundamental para a segurança alimentar e o fortalecimento da agricultura familiar na região, explica o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Luiz Octávio Ramos Filho, um dos coordenadores do curso. Entre os temas abordados, destacou-se a importância da origem, seleção e preparo das manivas-semente para obter ramas sadias para o plantio. Os participantes discutiram aspectos relacionados à qualidade e técnicas de armazenamento das ramas, corte e tamanho das manivas-sementes. Sobre o plantio, o pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Marcelo Romano, também coordenador da capacitação, falou sobre a melhor posição da rama no sulco e a profundidade ideal para garantir o bom desenvolvimento das plantas. Foi enfatizado o manejo de plantas espontâneas, um fator crítico nos primeiros 100 dias de crescimento da mandioca, quando a cultura é mais sensível à concorrência por recursos de crescimento (ou ambientais). Romano, que é responsável por uma atividade no projeto Redefort, liderado pela Embrapa Meio Ambiente, que visa o fortalecimento das redes de Agroecologia no Estado de São Paulo, explica que, como parte das atividades práticas, os agricultores visitaram uma área de produção para observar os impactos da competição entre plantas e discutir estratégias de controle, como a combinação de capina mecânica e roçada. “Além disso, foram apresentadas variedades de mandioca desenvolvidas pela Embrapa, com destaque para a BRS 429, a primeira variedade de mandioca de mesa recomendada para o estado de São Paulo”, destaca o pesquisador. De acordo com Waldemore Moriconi, analista da Embrapa Meio Ambiente e líder do projeto, como desdobramento do curso os participantes e a equipe da Embrapa planejam novas ações de capacitação e pesquisa no âmbito do projeto Redefort, ampliando as oportunidades de desenvolvimento das práticas agroecológicas no assentamento e em outros núcleos das Redes Agroecológicas envolvidas no projeto.