Uma equipe de especialistas da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), da Gyro/Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas, organizou um manual com o objetivo de documentar um meio para validar os inventários convertidos dos formatos eletrônicos ecospold2 (formato de dados usado para inventários de ciclo de vida - ICV) para ILCD (International Reference Life Cycle Data System). Estes são os dois principais formatos de ICV, com estruturas específicas. Uma conversão de baixa qualidade inviabiliza sua utilização, a depender do software de apoio à ACV adotado. O Manual contempla todos os passos necessários para essa validação, necessária para a publicação de inventários no Banco Nacional de Inventários do Ciclo de Vida de Produtos Brasileiros (SICV Brasil), que adota o formato ILCD, por ser de acesso aberto. Esse banco é um dos provedores da plataforma internacional Rede Global de Acesso a Dados de ACV (GLAD, na sigla em inglês). A GLAD, por sua vez, promove a interoperabilidade entre bases de dados de ACV. Grande parte dos inventários desenvolvidos em pesquisas de ACV, sobretudo no Brasil, está no formato ecospold2. Destacam-se os inventários derivados do projeto Sustainable Recycling Industries (SRI), financiado pela Secretaria de Estado para Assuntos Econômicos (SECO) da Suíça e coordenado pela ecoinvent Association, que propiciou o desenvolvimento de centenas de inventários para o contexto brasileiro. No âmbito do SRI, o projeto “Inventários de Ciclo de Vida de produtos agrícolas brasileiros: uma contribuição ao banco de dados ecoinvent”, coordenado pela pesquisadora Marília Folegatti da Embrapa Meio Ambiente, contribuiu com mais de 130 inventários de processos e produtos agrícolas, pecuários e agroindustriais para o SICV. A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) se consolida como uma das métricas mais robustas para medir o desempenho socioambiental de produtos, serviços e organizações, por ser uma técnica normalizada internacionalmente e de ampla aplicação tanto na academia quanto no setor produtivo, além de suporte a políticas públicas ambientais. Conforme os autores, como o levantamento de todo o conjunto de dados para a realização de uma ACV é virtualmente impossível, grande parte dos processos e fluxos deve ser obtido em bases de dados qualificadas. A viabilidade de um estudo de ACV depende invariavelmente de bases de dados com inventários de processos representativos da região em estudo. Apesar disso, até agora muitos inventários não estavam disponíveis no SICV devido à falta de interoperabilidade entre os formatos ILCD e ecospold2. De fato, existiam conversores disponíveis, contudo, com limitações de eficiência de conversão. A Rota Estratégica de Base de Dados Nacional de Avaliação do Ciclo de Vida contribuiu para a elaboração de um conversor, nomeado “Lavoisier”, de ecospold2 para o ILCD, por meio de uma parceria entre a UTFPR e o IBICT.