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Embrapa envia variedades de banana para testes na Colômbia
Foto: Gustavo Adolfo Rodriguez Yzquierdo (AgroSavia)
Mudas in vitro enviadas para a AgroSavia, na Colômbia
Chegou à Colômbia no último dia 12 o segundo lote de genótipos de bananeira enviados pela Embrapa Mandioca e Fruticultura para testes quanto a resistência a Fusarium raça 4 tropical, a doença mais destrutiva da cultura, ainda sem controle definitivo e presente naquele país desde 2019.
Foram enviados diploides melhorados – parentes ancestrais das variedades atuais de bananeira – e três híbridos novos de banana tipo Prata, incluindo um que tem se destacado no Norte de Minas Gerais e poderá ser lançado em 2024, e variantes somaclonais do tipo Cavendish e Prata, resistentes a Fusarium raça 1 e subtropical 4, que serão também avaliados quanto a possível resistência a raça 4 tropical do fungo.
São 10 somaclones de Cavendish e 6 de Prata, obtidos em trabalhos de cultura de tecidos pela Embrapa, usando as cultivares Grande Naine e Prata-Anã. Esses somaclones estão em avaliação agronômica, nesse momento, no Vale do Ribeira (SP), Guanambi (BA) e Cruz das Almas (BA). Novos experimentos serão instalados no Norte de Minas Gerais no início de 2023.
“Confirmando-se a resistência de ao menos um somaclone na Colômbia para a raça 4 tropical de Fusarium, e se o mesmo apresentar características agronômicas alinhadas com as demandas do mercado, há grande potencial para lançamento aos agricultores brasileiros, ação que irá proteger os bananais de um possível ingresso da doença no Brasil, uma vez que está muito próxima do país, na Colômbia desde 2019 e no Peru desde 2020”, explica o pesquisador Edson Perito Amorim, líder do Programa de Melhoramento Genético de Banana e Plátano da Embrapa.
A atividade integra o convênio de pesquisa entre Embrapa, a Corporación Colombiana de Investigación Agropecuaria (Corporação Colombiana de Pesquisa Agropecuária) – AgroSavia e a Asociación de Bananeros de Colombia (Associação de Produtores de Banana da Colômbia) – Augura, entidade sem fins lucrativos que reúne, desde 1963, produtores e comerciantes de banana de Antioquia e Magdalena, áreas que produzem a fruta para os mercados internacionais.
Murcha de Fusarium
O fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense pode entrar por diferentes vias: solo contaminado carregado em sapatos, ferramentas, mudas de bananeira (visivelmente sadias, mas infectadas) e plantas ornamentais, que podem também ser hospedeiras.
As pesquisas já desenvolvidas pela Embrapa nas áreas de melhoramento genético e de manejo da doença em relação às raças existentes no Brasil são um marco referencial para o combate de um eventual surto de R4T no país. A Embrapa monitora as populações do patógeno existentes no território brasileiro, o que auxiliará na seleção e na recomendação de variedades e até numa detecção oportuna de um foco.
Além de Colômbia e Peru, a doença já ocorre na Austrália, Filipinas, Malásia, Indonésia, Taiwan, China, Omã, Jordânia e Moçambique.
Léa Cunha (DRT-BA 1633)
Embrapa Mandioca e Fruticultura
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