A região Oeste do Paraná apresenta grande volume de produção de grãos em função da ótima disponibilidade de terras com elevado potencial de uso agrícola. Associado à grande produção de grãos da região, existem cadeias produtivas de proteína animal – suínos, aves e peixes, e um trabalho conjunto de produtores, cooperativas, agroindústrias e extensão rural. A produção de grãos e de proteína animal gera, por sua vez, uma grande demanda por biomassa florestal para secagem de grãos, caldeiras das agroindústrias, aquecimento de aviários e em outras atividades do agronegócio que necessitam de energia térmica. A energia proporcionada pela biomassa florestal é renovável e sustentável, além de apresentar diferenciais tecnológicos que a tornam competitiva em relação a outras fontes de energia, sendo que as cooperativas e agroindústrias são os grandes consumidores desse tipo de energia. Contudo, a cadeia produtiva de biomassa florestal na região, embora importante, sofre os reveses da ausência de planejamento. Períodos de excesso e carência da oferta dessa biomassa se mesclam ao longo do tempo, gerando insegurança para todos os atores do processo (produtores e consumidores), lembrando que os custos de frete rodoviário tendem a inviabilizar o transporte da madeira para produção de energia à medida que a distância aumenta entre os locais de produção e de consumo. Em função desse conjunto de questões, a Itaipu Binacional, a CIBiogas e a Embrapa Florestas realizam este projeto, que procura dar bases mais sólidas ao plantio de árvores para a produção de energia a partir de biomassa florestal na região Oeste do Paraná. O projeto trabalha em três principais linhas de ação: disponibilização de ferramentas de diagnóstico e prognóstico dos plantios de eucalipto para a região (softwares de modelagem e mapas/espacializações), desenvolvidos com informações da região, tais como condições ambientais (solos e clima locais), nível tecnológico dos plantios, condições de mercado e logística do fluxo da produção e do consumo da biomassa de madeira; melhoria da sustentabilidade dos sistemas de produção de eucalipto, com ensaios a campo de materiais genéticos, espaçamentos de plantio, adubação, aplicação de dejetos de animais (principalmente de suínos que são abundantes na região) e testes de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF); e transferência de tecnologias para técnicos, sejam de cooperativas/empresas ou extensionistas, e produtores rurais, sobre o plantio de florestas para geração de energia (e outros usos), em plantios puros e em sistemas ILPF.