A Araucaria angustifolia, mais conhecida como pinheiro-do-paraná, é a árvore símbolo do Sul do Brasil, que confere fisionomia única à Floresta Ombrófila Mista (também denominada Floresta com Araucária), ecossistema incluído no Bioma Mata Atlântica. Devido à alta exploração madeireira no século XX, a araucária foi incluída na Lista Oficial da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção, proporcionando o decréscimo substancial de seu uso em atividades econômicas, bem como dos estudos científicos desta espécie.

Recentemente a pesquisa científica vem buscando caminhos para que a espécie possa gerar renda aos produtores rurais, ao mesmo tempo em que seja conservada. Um exemplo é o projeto firmado em parceria entre a Embrapa Florestas e a Gralha Azul Transmissão de Energia S.A. (subsidiária da Engie Brasil Energia). Esta parceria tem por objetivo a promoção do plantio de araucária, bem como a estruturação de um banco genético para conservação da espécie no estado do Paraná, visando à representatividade da variabilidade genética da população natural em uma área de plantio do projeto.

A parceria prevê a instalação de 16 Unidades de Referência Tecnológica (URTs) de técnicas de plantio de araucária – associada a outras espécies da Floresta Ombrófila Mista – em propriedades de agricultores paranaenses e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), como estratégia de transferência de tecnologia; além da implantação de uma coleção de material genético de araucária em fazenda experimental da Embrapa. O projeto desenvolverá referências técnicas, na forma de sistemas de produção, para que os produtores rurais possam recuperar áreas de Reserva Legal em suas propriedades buscando atender ao novo Código Florestal, de forma eficiente, produtiva e também conservacionista. Outro ponto interessante do projeto é a inclusão de caixas de abelhas sem ferrão (nativas da Floresta Ombrófila Mista) nas URTs, que poderão ser uma fonte de renda para produtores e também funcionarão como um indicador de qualidade ambiental das áreas.