07/03/17 |   Agricultura familiar

Artigo - Produção de mudas de café com qualidade à luz da nova Legislação Fitossanitária Estadual

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Foto: José Roberto Vieira Júnior

José Roberto Vieira Júnior - Corte na raiz do cafeeiro com 4 fêmeas adultas de nematoide

Corte na raiz do cafeeiro com 4 fêmeas adultas de nematoide

José Roberto Vieira Junior
Pesquisador da Embrapa*


Nos últimos cinco anos Rondônia vêm se destacando no cenário nacional de café, com sucessivos incrementos de produção. Isto se deve, entre outros fatores, à introdução de novas tecnologias, como a de materiais clonais mais produtivos. Conectada a esta nova realidade encontra-se o setor de produção de mudas, que primeiro passou por todos os desafios e dificuldades de substituir a produção seminal de mudas pela clonal. Agora, novamente o setor é posto à prova.

A cafeicultura rondoniense se depara com um novo inimigo e velho conhecido: o nematoide das galhas do cafeeiro. A doença, causada pelos nematoides do gênero Meloidogyne spp., pode provocar enormes prejuízos à lavoura, reduzindo a produção e, uma vez instalado nas lavouras, sua erradicação é quase impossível. Assim, dentre as medidas recomendadas para mitigar a sua disseminação, está a produção de mudas livres do patógeno.

Nesse sentido, o governo estadual elaborou, em parceira com diversas instituições que compõem a Câmara Setorial do Café, dentre elas a Embrapa, e publicou a Portaria n. 558/2016, da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), que regulamenta os requisitos fitossanitários para produção, comercialização, trânsito, armazenamento e utilização de mudas de café. A legislação foi publicada no Diário Oficial em janeiro de 2016 e os viveiristas e produtores de café tiveram seis meses para se adaptarem a ela.

A partir de agora, toda e qualquer venda de mudas de café necessitará estar acompanhada de análise oficial das mudas, realizadas em laboratórios credenciados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), dando garantias ao comprador de que as mudas estão livres do patógeno. Além disso, os viveiristas precisarão ter um responsável técnico habilitado para a liberação dos lotes de mudas.

Como antes, toda a cadeia produtiva do café acredita na capacidade dos viveiristas de Rondônia para superar esse novo desafio, na busca incessante da produção de café com qualidade da muda à mesa.
 

Nematoides

São pequenos vermes microscópicos que atacam as raízes do cafeeiro, tornando as plantas fracas e improdutivas, dificultando a absorção de água e sais minerais, causando morte das raízes, queda das folhas, diminuição da produção e, eventualmente, até a morte das plantas.


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* Agrônomo, doutor em Fitopatologia e pesquisador da Embrapa Rondônia, jose-roberto.vieira@embrapa.br

 

Embrapa Rondônia

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Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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