Os sistemas agroecológicos de produção buscam a diversificação de atividades, a redução da dependência de insumos externos, a manutenção dos recursos naturais e o desenvolvimento local sustentável. Para seu completo desenvolvimento, um dos principais gargalos ainda é a carência de insumos para fertilização que assegurem o atendimento às exigências nutricionais dos cultivos e a manutenção ou melhoria da qualidade do solo. A produção de fertilizantes alternativos a baixo custo, reduzindo ou eliminando a dependência externa, pode ser viabilizada pela integração dos componentes animal e vegetal nas propriedades, por meio do aproveitamento dos resíduos da criação de animais. No estado de Goiás é forte a coexistência de pecuária leiteira com cultivos de grãos, hortaliças e fruteiras nas propriedades familiares. No entanto, sem a integração eficiente entre esses componentes. Neste contexto, o objetivo do projeto é desenvolver e avaliar fertilizantes orgânicos e organominerais produzidos a partir de resíduos da pecuária leiteira disponíveis localmente para dar suporte ao manejo agroecológico nos sistemas de produção agropecuária familiar de Goiás. Estão sendo desenvolvidos quatro tipos de fertilizantes, sendo três fertilizantes orgânicos, baseados respectivamente na compostagem, na vermicompostagem e nos biofertilizantes líquidos, e um fertilizante organomineral (composto enriquecido com pó de rocha). A pesquisa é participativa, realizada com e para a agricultura familiar. Os agricultores são experimentadores e, ao mesmo tempo, agentes de multiplicação dos métodos de produção e uso dos fertilizantes, capacitando outras pessoas ao final em suas próprias propriedades, que serão polos de irradiação. Para a avaliação agronômica e determinação de doses e modos de aplicação dos fertilizantes, são conduzidos experimentos na Embrapa Arroz e Feijão e nos polos de irradiação: na Embrapa para grãos (feijão, arroz e milho); nos polos, para grãos e outros cultivos priorizados pelos agricultores (capineiras, hortaliças e fruteiras).