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15/06/16 | Mudanças climáticas Produção animal Agricultura de Baixo Carbono
SIGEE - Comunidade científica e seu esforço pela sustentabilidade
Intensificação sustentável para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) é possível e o Brasil tem ciência e tecnologia para isso, impressões finais após três dias de discussões durante o II Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (II SIGEE), realizado pela Embrapa e Sistema Famasul, em Campo Grande (MS). O evento contou a participação de cientistas brasileiros e do exterior, como Itália, França, Escócia e Austrália, e reuniu os resultados de pesquisa mais recentes relacionados à GEE na pecuária de corte.
Um dos destaques foram os estudos da Rede Pecus de Pesquisa, criada em 2011 e coordenada pela pesquisadora da Embrapa, Patrícia Anchão. A Rede, formada por mais de 350 profissionais, levantou e avaliou a dinâmica de GEE e o balanço de carbono em sistemas agropecuários dos Biomas – Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal, Pampa, Amazônia e Cerrado. Os resultados preliminares estavam no II SIGEE e mostraram, segundo Patrícia, o quanto o Brasil encara a temática. Para ela, o empenho continuará, focado agora em valorizar a qualidade da carne nacional, agregando valor ambiental e nutricional.
Outra observação da pesquisadora e apontada pelo coordenador técnico do evento, Roberto Giolo de Almeida, foi a presença de produtores rurais em um Simpósio considerado de alto conteúdo técnico. Para Massao Ohata, a resposta é simples: "é o futuro da produção". O produtor de Miranda (MS) reconhece que ainda é distante a implementação imediata de alguns processos e metodologias apontadas, mas é essencial ter "a consciência do que será melhor para o sistema e, assim, quando chegar a hora, o produtor saberá, exatamente, onde e como investir com responsabilidade".
O número total de trabalhos também marcou esta 2ª edição. Giolo comenta que na primeira edição, em 2010, o cenário era incipiente e os 127 resumos apresentados este ano provaram que os especialistas trabalharam bastante durante o período e querem melhorar, de fato, a produção agropecuária nos pilares sociais, econômicos e ambientais. Professor na Universidade Nacional da Colômbia, Luis Giraldo, esteve presente nas duas edições e para ele foi impressionante acompanhar o avanço brasileiro, com trabalhos rigorosos, sérios e projeções futuras. Ele ressalta que o evento foi direcionado somente para a pecuária de corte e a quantidade e qualidade dos resumos indicam isso.
"Sim, a comunidade científica está cada vez mais preocupada com todas estas questões, que já são parte (ou devem ser) das agendas de prioridade das instituições ligadas, direta ou indiretamente, com a produção agropecuária", enfatiza Fernando Mendes Lamas, secretário de Estado de Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul. Agrônomo por formação e pesquisador na área de fitotecnia, Lamas salienta que há uma mudança de cultura em andamento e o entendimento da relevância destes estudos é fundamental para que avanços aconteçam. Para Maurício Saito, presidente do Sistema Famasul, o Simpósio fortaleceu mesmo a relação entre produção e comunidade científica e "estimulou, ainda mais, a divulgação e a prática de iniciativas sustentáveis para Mato Grosso do Sul".
O II SIGEE encerrou-se com o anúncio pelo chefe-geral da Embrapa Gado de Corte, Cleber Soares, de a realização do II Congresso Mundial de ILPF, em Mato Grosso do Sul em 2018. "Os sistemas integrados são ferramentas para mitigação e o Estado é representativo no assunto", pontuou Cleber. A primeira edição do Congresso aconteceu no ano passado em Brasília (DF).
Simpósio - O II Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (II SIGEE) foi realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Sistema Famasul, com patrocínio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sicredi, JBS e Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore MS).
O evento teve o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), da Rede de Fomento ILPF, da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Mato Grosso do Sul (OCB/MS), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e WRI Brasil.
Fotos II SIGEE: http://bit.ly/1PLW7vB
Dalízia Aguiar (DRT/MS 28/03/14)
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