O nome pimenta-de-cheiro é aplicado a diferentes pimentas que têm em comum o aroma acentuado, mas que diferem quanto ao formato, tamanho e picância dos frutos. Essas pimentas foram domesticadas pelos indígenas amazônicos.
Neste texto será apresentada a pimenta-de-cheiro com baixo ardência, muito apreciada nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil.
Foto carrossel: Gislene Alencar
A pimenta-de-cheiro apresenta frutos com reentrâncias e tamanho médio de 6 cm de comprimento por 3 cm de largura. A polpa é bem fina e o fruto, oco por dentro, tem poucas sementes.
O fruto é comercializado imaturo, quando apresenta cor verde-claro. Quando amadurece, torna-se laranja-claro, amarelo ou vermelho. É frequente encontrar no mercado frutos "de vez" misturados aos frutos verdes. Os frutos verdes são mais crocantes e firmes, duram mais e são mais aromáticos que os maduros.
Escolha pimentas de casca brilhante, com cabinho de coloração esverdeada, sem áreas podres e sem machucados. Frutos sem cabinho podem ser consumidos, mas duram menos.
A pungência da pimenta-de-cheiro é considerada baixa, variando de 200 a 1.000 SHU – Unidades de Calor Scoville. No mercado brasileiro, essas pimentas são comercializadas a granel ou embaladas em bandeja de isopor com filme de plástico.
Quando mantidas em condição ambiente, as pimentas murcham rapidamente. Por isso, mantenha-as na parte mais baixa da geladeira, devidamente acondicionadas em vasilha tampada ou em saco de plástico. Quando colocadas diretamente na geladeira, sem embalagem, elas murcham rapidamente e podem passar seu aroma para outros alimentos. Preferencialmente, lave os frutos somente antes de utilizá-los.
Quando comprar as pimentas embaladas, examine-as antes de refrigerá-las e elimine frutos com início de podridão, evitando assim que eles contaminem os frutos sadios.
Você pode congelar as pimentas, lembrando-se que elas perdem a crocância quando descongeladas. Nesse caso, elas poderão ser usadas em pratos cozidos, em que o sabor da pimenta é conservado e a textura não é importante. Congele os frutos inteiros ou picados diretamente após lavá-los em água corrente e secá-los com papel-toalha ou pano de prato limpo.
Se for utilizá-las cruas após o congelamento, recomenda-se que os frutos sejam sanitizados com produtos à base de cloro próprios para frutas e hortaliças, antes do congelamento.
O consumo da pimenta-de-cheiro é predominantemente de fruto fresco. Diferentemente da malagueta e da pimenta dedo-de-moça, agrega sabor e aroma sem tornar o prato picante.
No Norte do Brasil, essa pimenta é muito usada no preparo de peixes, enquanto no Centro-Oeste não pode faltar no empadão goiano e nas pamonhas salgadas.
Em qualquer região do Brasil, ela pode substituir o pimentão no preparo de pratos quentes e frios ou agregar seu sabor e aroma únicos em pratos diversos, como carnes, risotos, sopas, pizzas, tortas salgadas e saladas. Como seu aroma é muito pronunciado, acrescente a pimenta-de-cheiro aos poucos até o preparo atingir um equilíbrio, evitando assim que ela se sobreponha a todos os demais ingredientes.
"Ají dulce", "ají catucha", "ají gustoso" são pimentas semelhantes à nossa pimenta-de-cheiro, muito apreciadas em vários países latino-americanos, como Cuba, Porto Rico, Venezuela e República Dominicana. Na culinária desses países, essas pimentas são usadas na elaboração do "sofrito", que nada mais é que um refogado que serve como base para o preparo de diversos pratos. Os ingredientes básicos para elaboração do 'sofrito 'são: pimenta, pimentão, cebola, alho e coentro, mas inúmeras variações podem ser encontradas com adição de outros temperos.
Pimentas com grau de ardência semelhante: cambuci e biquinho.
Adicione pimenta-de-cheiro fresca e fatiada na cobertura de pizza calabresa.
Dê um toque especial ao recheio da empada de frango acrescentando pimenta-de-cheiro.
Autoras: Sabrina I.C. de Carvalho - Embrapa Hortaliças Milza Moreira Lana - Embrapa Hortaliças Claúdia Silva da C. Ribeiro - Embrapa Hortaliças
Apoio
Processo nº 00193-00001681/2019-95
Atualizado: Milza Moreira Lana - Embrapa Hortaliças. Fev.2021.