A pandemia da Covid-19 impacta hábitos de consumo de alimentos e aumenta a necessidade de garantirmos a segurança dos alimentos in natura. O que contribui para desperdiçar menos comida? O que fazer para garantir ali ... Mais...
A pandemia da Covid-19 impacta hábitos de consumo de alimentos e aumenta a necessidade de garantirmos a segurança dos alimentos in natura. O que contribui para desperdiçar menos comida? O que fazer para garantir alimentos seguros? Acompanhe nossa live e aprenda com a equipe da Embrapa. Confira alguns pontos comentados na live sobre higienização de hortaliças e desperdício de alimentos: • É importante salientar que, até o momento, não há relatos de que alimentos, incluindo produtos frescos, estejam associados à transmissão do SARS-CoV-2. • Para a higienização: descarte partes danificadas ou machucadas nas frutas e hortaliças, lave em água corrente esfregando gentilmente com as mãos e faça a sanitização com hipoclorito de sódio (água sanitária) na concentração e tempo indicados pelo fabricante. Não é recomendado o uso de detergentes comerciais, que não sejam próprios para hortifrútis. Cabe ressaltar que até o presente momento, não há estudos sugerindo novos protocolos de higienização de hortaliças em virtude do novo coronavírus. Dessa forma, a recomendação é pelo uso do tradicional conjunto de boas práticas de higiene na manipulação. • Vinagre x Hipoclorito de sódio: O vinagre já mostrou efetividade contra alguns microrganismos, mas, no caso do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, não há evidências nem estudos que comprovem. Não se conhece quão estável é o novo coronavírus em pH ácido. O vinagre é composto essencialmente por ácido acético (ácido fraco) na forma diluída. Prefira, então, utilizar o hipoclorito de sódio para sanitizar as frutas e hortaliças, bem como outras superfícies. Os ácidos ribonucleicos (vírus que possuem RNA), de forma geral, são sensíveis ao hipoclorito de sódio. • Caso higienize as frutas e as hortaliças antes de colocá-las no refrigerador, drene bem a água, elimine o máximo possível de umidade (com centrífuga ou papel toalha) e acondicione em sacos plásticos limpos. O excesso de água nas hortaliças embaladas pode contribuir para a ocorrência de podridões, diminuindo a vida útil. Caso a opção seja armazenar no refrigerador antes de sua higienização, a recomendação é acondicioná-las em sacos plásticos limpos, e higienizar antes do consumo. • Para mais informações, consulte o artigo “Coronavírus: cuidados na produção, no processamento e no consumo de hortaliças”: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/51937378/artigo---coronavirus-cuidados-na-producao-no-processamento-e-no-consumo-de-hortalicas • Alguns exemplos de hortaliças que devemos armazenar no refrigerador: aspargo, vagem, beterraba, brócolis, repolho, cenoura, couve-flor, hortaliças minimamente processadas (picadas), cebolinha, ervas (exceto manjericão), alface e outras folhosas, rabanete, espinafre, brotos (feijão, alfafa, etc.), abobrinha. • Alguns exemplos de hortaliças que não devemos armazenar no refrigerador: cebola, alho, batata, batata-doce, pepino, berinjela, tomate, melancia, manjericão (com caule em água), abóboras, gengibre. A cebola, a batata, a batata-doce e o alho devem ser armazenados em locais ventilados. As batatas devem ser armazenadas na ausência de luz para evitar o esverdeamento (solanina). O pepino e a berinjela podem ser mantidos na geladeira até 3 dias, se forem usados logo após serem removidos da geladeira. A melancia perde o sabor e a cor vermelha escura se for armazenada por mais de 3 dias na geladeira. Os tomates são sensíveis ao frio em temperaturas abaixo de 10 oC se mantidos por mais de 2 semanas. Eles amadurecem com sabor melhor se forem deixados em temperatura ambiente. Eles não ficam vermelhos na geladeira e até os tomates vermelhos mantidos na geladeira perdem o sabor. Cada hortaliça tem sua especificidade quanto ao tempo de armazenamento e danos pelo frio. (Kader et al., 2012 - Storing fresh fruits and vegetables for better taste, UC Davis). • As famílias brasileiras desperdiçam, em média, 128 Kg de alimentos por ano, segundo pesquisa da Embrapa e da FGV. Mas há um segmento com desperdício baixo. Quais hábitos explicam o não desperdício? O planejamento da compra, organização adequada da despensa e da geladeira, aprimoramento de habilidades culinárias, e principalmente, a criatividade aplicada ao reaproveitamento das sobras das refeições são as características das famílias que conseguem adotar um consumo mais sustentável. • A pandemia levou muitas famílias de volta à cozinha, mesmo algumas que não tinham tanto hábito de preparar refeições no lar. Diante dessa nova necessidade, aumenta a importância do planejamento e do reaproveitamento seguro dos alimentos. Outro fator comportamental resultante da pandemia é o aumento das compras de “comfort foods” (comidas afetivas). Diante do incremento do consumo de bolos, biscoitos e sorvetes, por exemplo, as famílias, principalmente as crianças, podem terminar reduzindo o consumo de alimentos mais nutritivos nas refeições, o que pode resultar em mais sobras e, possivelmente, mais desperdício, além do risco aumentado de ganhar peso. Menos...