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Palestra para alunos do IB discorre sobre o Sistema Quarentenário de inimigos naturais exóticos na defesa agropecuária nacional
Cerca de 12 alunos do curso de pós-graduação de mestrado e doutorado do Instituto Biológico de São Paulo estiveram na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) em 28 de janeiro de 2016 para assistirem a uma aula/visita sobre A Defesa Fitossanitária Nacional e o Sistema Quarentenário Oficial para a Importação de Bioagentes para o Controle Biológico de Pragas no País, ministrada pelo pesquisador Luiz Alexandre Nogueira de Sá.
Sá falou sobre invasão biológica e biocontrole, salientando que "as bioinvasões são consideradas a segunda principal causa da perda da biodiversidade no planeta". Discorreu sobre as introduções de inimigos naturais e sobre as principais pragas exóticas que entraram no país, como o psilídeo de concha, o psilídeo dos citros (adulto vetor da doença Greening), a mosca da carambola em frutíferas, a larva minadora dos citros, a vespa da galha e o percevejo bronzeado em eucalipto.
Nesta aula, o pesquisador citou também os diversos Laboratórios de Quarentena de Agentes de Controle Biológico no Cone Sul e no mundo. Em especial a visita ao Laboratório de Quarentena Costa Lima – LQC (Jaguariúna, SP) que tem por missão fomentar o controle biológico de pragas de importância agropecuária, quarentenárias ou não, pela prospecção, introdução, quarentena e liberação de inimigos naturais ou antagonistas exóticos, ou pela seleção de inimigos naturais ou antagonistas nativos.
A Estação Quarentenária de Controle Biológico tem por objetivo promover o controle biológico clássico de pragas na agropecuária, no qual os inimigos naturais importados podem ser identificados e limpos de contaminantes, sendo estudados numa área de segurança sem riscos ao meio ambiente.
Sobre o Alerta Quarentenário, Sá informou que é um serviço prestado pelo LQC, em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o objetivo de alertar sobre o perigo de entrada de pragas exóticas de culturas importantes e que se encontram em países vizinhos ou em países exportadores de material vegetal para o Brasil. Neste alerta encontra-se cadastrada a cochonilha-rosada, praga de importância econômica, que ataca fruteiras, vegetais, plantas produtoras de fibras e ornamentais e que atualmente já foi constatada no país.
Segundo ele, "a dispersão de espécimes vivos de um país para outro ou de uma região para outra, dentro de um mesmo país, por meio do trânsito ou por fatores naturais pode representar riscos, uma vez que estes espécimes podem ser vetores de doenças ou de outros organismos patogênicos. Nesse cenário, os Sistemas de Estações Quarentenárias desempenham um papel importante nos programas de proteção de plantas, por terem como objetivo a redução da probabilidade de introdução no país de organismos indesejáveis (hiperparasitos, patógenos, pragas e plantas infestantes) que poderão estar associados aos organismos benéficos ou plantas que se deseja introduzir. "A garantia da segurança de cada introdução de agentes de controle biológico num novo ecossistema receptor é de vital importância, tendo assim, o laboratório de quarentena desempenhado um papel fundamental neste contexto. O uso potencial de inimigos naturais exóticos para o controle biológico de pragas no país, de ampla distribuição geográfica ou localizadas em áreas restritas, são inúmeros", informa o pesquisador.
O diretor do IB, Antonio Batista Filho, salienta que "o quarentenário tem posição estratégica quando se considera a introdução de inimigos naturais exóticos. É a porta de entrada no país e, portanto, tem a responsabilidade de garantir segurança nas introduções com vistas à implementação de programas de controle biológico".
Batista Filho informa que a Embrapa e o Instituto Biológico já há alguns anos vem trocando experiências na área de controle biológico, em especial no Sistema Quarentenário com a identificação de parasitoides. Ele avalia esta iniciativa do IB e da Embrapa como muito benéfica para os alunos. "Primeiramente eles têm contato com o ‘mundo real', onde podem ver a prática complementando a teoria, passando pela experiência e riqueza de conteúdo apresentado pelo pesquisador/professor. Dessa forma agrega valor ao aprendizado".
Eliana Lima (MTb 22.047/SP)
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