As perspectivas sugerem que a fruticultura passará por uma revolução nos processos produtivos. O modelo produtivista tem mostrado seus limites quanto ao uso insustentável de recursos naturais e impactos negativos. O desafio é o de atender a uma demanda crescente por frutos sem aumentar a área cultivada e de forma sustentável. Para responder a esse desafio, um novo conceito de modelo de produção surgiu na França no inicio deste século: Os Sistemas de Produção Ecologicamente Intensivos (SEI). Neles busca-se criar condições para que os mecanismos naturais dos ecossistemas sejam intensificados em vez de se subsidiar diretamente a produção com insumos. Não se exclui o uso de fertilizantes e pesticidas, mas estes são praticados de forma racional, apenas em complemento práticas agroecológicas a fim de garantir ganhos na qualidade ambiental sem comprometer a lucratividade. Os SEIs diferenciam-se da produção integrada e orgânica, primeiramente, por não exigirem certificação e normatização e não excluírem o uso de qualquer tecnologia ou produto. Fundamentam-se nas funcionalidades ecológicas e nas regulações biológicas para o manejo dos agroecossistemas. Eles requerem uma intensificação e diversificação da base de conhecimentos, uma integração com princípios agroecológicos. Por isso, os SEIs têm uma vocação especial para promover a sustentabilidade em sistemas de cultivo altamente tecnificados. Diante das características e perspectivas de evolução das culturas do coco e dos citros no Norte e Nordeste do Brasil, os SEIs apresentam-se como uma ótima escolha como forma de promover o desenvolvimento sustentável dessas culturas, garantindo alto rendimento, reduzindo ou eliminando externalidades negativas e promovendo serviços ambientais. Este projeto tem objetivo gerar, desenvolver e adaptar conhecimentos e tecnologias que subsidiem a concepção de SEIs para as culturas de coco e de citros nessas regiões.