Produtos agrícolas geralmente podem ser distinguidos pela cor, forma e textura. De maneira geral, pessoas treinadas possuem percepção visual capaz de determinar a qualidade dos grãos. Apesar do avanço tecnológico, a classificação visual e manual ainda é amplamente praticada. O desenvolvimento tecnológico tem permitido o uso de máquinas seletoras automáticas para identificar e remover todos os contaminantes: vidro, pedras, insetos, produtos estragados, matéria vegetal, etc. Além disso, a seleção ótica permite maior padronização do produto, com remoção de itens disformes. Dentre os vários métodos disponíveis para avaliação e classificação de grãos a visão computacional tem se destacado, especialmente para a extração e quantificação de modo não destrutivo das características que têm relevância direta para a avaliação de sua qualidade e controle. Os sistemas computadorizados de visão servem para avaliar rapidamente atributos de qualidade dos grãos, principalmente, as características externas, tais como cor, textura, forma, tamanho, superfície etc. Também, recursos avançados de visão computacional permitem "ver" dentro de um produto e examinar atributos relevantes na qualidade normalmente indisponíveis para avaliadores humanos. Com rápidos avanços no hardware eletrônico e nas tecnologias de imagem, o custo, eficácia e velocidade de sistemas de visão computacional têm melhorado significativamente fazendo com que muitos sistemas sejam propostos na indústria de alimentos. As operações de avaliação de qualidade de alimentos com base em sistemas automáticos permitem alta produção e altas taxas de transferência de requisitos da indústria do setor. O tamanho, o custo e a complexidade dos sistemas de visão para classificação variam, dependendo dos produtos em análise, da forma de separação e da complexidade do sistema ótico. Máquinas são empregadas para classificação desde pequenas sementes de mostarda, grãos de arroz até produtos vegetais frescos e congelados (ervilha, feijão verde, couve-flor etc), também frutas e hortaliças, como maçãs ou batatas. Entre os produtos que podem ser classificados por máquinas de classificação automática incluem-se sementes e grãos, café, arroz, cereais de pequeno porte, nozes e leguminosas; vegetais frescos, congelados e desidratados; cerejas (com e sem talos), azeitonas, tomates; camarão; biscoitos e confeitaria. Materiais como pedras, paus e matéria orgânica devem ser removidos, bem como produtos com defeitos, tais como descoloração e casca danificada, dentre outros. Apesar da existência de máquinas de classificação para café, não existe máquina para classificação de amostras de recepção do café, quando então são analisadas porções menores, de até 100g cada, a partir da qual se precifica o produto e se definem ajustes nas máquinas de classificação nas unidades de beneficiamento. Neste sentido, foi iniciada uma parceria entre a Embrapa e a Cooxupé (MG) no desenvolvimento de uma máquina para analisar a qualidade de café in natura nos laboratórios de recepção das amostras. Esta proposta visa finalizar a máquina bem como testar algumas variações de sensores que podem incrementar utilidades à máquina.