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Pesquisadora brasileira ganha prêmio internacional de Ecologia
A bióloga Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, é uma das vencedoras da premiação da Sociedade Britânica de Ecologia (BES) 2019. O anúncio foi feito nesta quarta (28) e nove profissionais de diferentes países estão entre os premiados. A pesquisadora brasileira vai receber a premiação em dezembro deste ano durante a conferência anual da Sociedade, em Londres.
Joice Ferreira foi premiada na categoria “Engajamento Ecológico”, que reconhece um ecólogo que contribuiu para o envolvimento do grande público com as pesquisas em Ecologia por meio de iniciativas de comunicação e interação em diferentes mídias no nível mundial. “Apesar de esse tipo de trabalho envolver um bom investimento de tempo e energia, nem sempre é tão valorizado nos círculos acadêmicos quanto a produção de artigos. Mas no fim, é o que mais me inspira, quando vejo que anos de pesquisa condensados em reportagens, políticas públicas e trabalhos de outras naturezas se traduzem em mudanças transformadoras, capazes de contribuir para reduzir as ameaças à Amazônia”, afirma a ecóloga.
Prêmio internacionalA Sociedade Britânica de Ecologia (British Ecological Society – BES) premia anualmente profissionais e pesquisadores que contribuem significativamente para o desenvolvimento científico no âmbito da Ecologia e Mudanças Climáticas, para a promoção da igualdade e diversidade na comunidade ecológica e para a aproximação da sociedade com a ciência. São nove categorias que incluem a premiação de jovens cientistas, ecólogos e profissionais de instituições em todo o mundo. Clique aqui e conheça os premiados no 2019 BES Awards and Prizes. |
Trabalho engajado
Joice é bióloga, com mestrado e doutorado na área de Ecologia, e atua na Amazônia Oriental há quinze anos como pesquisadora da Embrapa. Seu trabalho de pesquisa busca soluções para problemas socioecológicos complexos ligados à expansão agrícola, exploração florestal e queimadas na Amazônia.
Sair da zona de conforto é o que mais desafia a pesquisadora, “Abordar as questões complexas que envolvem a sustentabilidade na Amazônia depende de conciliar visões e aspirações muito diferentes sobre a região. É fácil discutir esses problemas apenas com seus colegas e evitar sair de sua zona de conforto. Mas ao fazê-lo, a probabilidade de fazer a diferença no mundo real é muito baixa”, analisa a especialista.
Ela relembra que sua primeira experiência de cruzar essa linha foi há cerca de dez anos quando começou a planejar pesquisas ecológicas em áreas de lavouras de soja na Amazônia Oriental. A interação com os agricultores e o entendimento das necessidades e pontos de vista desse grupo foram fundamentais para o desenvolvimento do trabalho e a compreensão em torno da conservação da floresta. “A longa história de parceria e confiança entre os produtores e a Embrapa foi o que facilitou também essa aproximação”, completa Joice Ferreira.
A pesquisadora é uma das fundadoras da Rede Amazônia Sustentável (RAS), um consórcio de 30 instituições brasileiras e internacionais que atua na avaliação da sustentabilidade dos usos da terra na Amazônia desde 2009. “O engajamento requer o desenvolvimento de parcerias sólidas e relacionamentos colaborativos. A participação da Embrapa na RAS tem sido fundamental para preencher a lacuna entre a ciência ecológica e o público em geral”, finaliza.
Ana Laura Lima (MTb 1268/PA)
Embrapa Amazônia Oriental
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