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Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto tem eixo sobre ciência e geotecnologias aplicadas ao monitoramento do plano ABC
O Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, um dos mais importantes e tradicionais eventos sobre ciência, ambiente e geotecnologia, esse ano terá uma versão on-line, o SBSR Interim, que ocorrerá entre 5 e 16 de abril. Um dos eixos do simpósio é coordenado por Luiz Eduardo Vicente e Luciana Spinelli de Araujo, pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), com o tema de demandas e resultados do monitoramento da Agricultura de Baixo Carbono (ABC), utilizando sensoriamento remoto.
Conforme Vicente, “neste eixo teremos a participação de cientistas referenciais no tema Meio Ambiente e Geotecnologias, como Douglas Morton, pesquisador do Biospheric Sciences Laboratory, Goddard Space Flight Center – National Aeronautics and Space Administration (NASA); José Alexandre Demattê, professor titular da Universidade de São Paulo/Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP); Adriano Venturieri, pós-doutor pela Universidade de Oxford, UK, doutor em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp); Sabine Chabrillat, do Helmholtz Center Potsdam GFZ German Research Center for Geosciences; Laerte Guimarães, doutor em sensoriamento remoto pela University of Arizona (USA), professor titular e pró-reitor de Pós-Graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG)".
“Este eixo faz um apanhado das tecnologias e ciência no estado da arte as quais utilizamos de maneira aplicada nos trabalhos da Plataforma ABC desde do início de suas atividades, encerrando o ciclo do plano ABC em 2020, e apontando novas iniciativas e demandas. Também faz uma ponte com o projeto Agrotag-Territórios, recém aprovado e já iniciado em parceria com o governo do Pará, sendo que um dos palestrantes é o pesquisador e chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Adriano Venturieri, já que o Estado sempre esteve no foco das questões ambientais e Amazônia”, destaca Vicente.
ABC
A agricultura de baixa emissão de carbono (ABC) compreende um conjunto de técnicas e manejos agrícolas que visam aumento de produtividade de maneira sustentável, sobretudo de baixa emissão ou mitigação de gases de efeito estufa (GEEs) nos processos agrícolas de uso e cobertura das terras.
Atualmente, conforme explica Vicente, representa um importante conjunto de iniciativas internacionais, previstas nas NDCs (Metas Nacionalmente Apropriadas) durante a COP 15 (Conferência das Partes) e manifesta no Brasil pelo Plano Setorial de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC), e defendidas anualmente nas demais COPs desde então.
A adoção dessas metas representa não apenas processos de produção sustentável, mas a inserção e manutenção do Brasil ao acesso de fundos financeiros internacionais, bem como a dissipação de barreiras não alfandegárias restritivas ao comércio exterior.
Entretanto, um dos grandes desafios vinculados à adoção da chamada agricultura ABC refere-se à questão do monitoramento em larga escala, o qual demanda métodos e técnicas de sensoriamento remoto voltados à tríade Monitoramento-Relatório-Verificação (MRV), de forma a certificar quantitativamente os avanços da adoção das técnicas de manejo de baixa emissão de carbono. "Os especialistas convidados para o eixo, além de parceiros e colegas de atividade, perfazerm o escopo científico de referência internacional das técnicas e métodos que utilizamos no atendimento de demadas da sociedade, sendo um grande exemplo de ciência aplicada”, destaca Vicente.
A pesquisadora Luciana Spinelli explica que “nos últimos anos, por meio da criação da Plataforma ABC (Laboratório da Embrapa Meio Ambiente), foram desenvolvidas abordagens em sensoriamento remoto aplicadas ao monitoramento da agricultura de baixo carbono, envolvendo, por exemplo, mapeamento de carbono orgânico no solo (COS) com auxílio de imagens de satélite e desenvolvimento de sistemas de coleta de dados remotos de uso e cobertura das terras, os quais juntamente com parcerias nacionais e internacionais estabeleceram resultados inéditos para MRV (métodos quantitativos francamente reproduzíveis e auditáveis).
Dessa forma, acreditam os pesquisadores, espera-se por meio dos debates desse eixo contribuir para o desenvolvimento e divulgação de recentes pesquisas e inovações em sensoriamento remoto aplicadas ao monitoramento agrícola de última geração, com foco na agricultura sustentável de alta produtividade, coadunando atuais e novos parceiros público-privados, e instituições de pesquisa com demandas estratégicas não apenas para a comunidade de sensoriamento remoto, mas para a sociedade em geral.
Link para o eixo:
Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)
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